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Randolfe: CPI da Covid não será do 'fim do mundo', e se focará em fatos

Segundo Randolfe, a CPI também não é contra pessoas, mas para "apurar fatos". - Foto: Lula Marques/Ag. PT
Segundo Randolfe, a CPI também não é contra pessoas, mas para "apurar fatos". Imagem: Foto: Lula Marques/Ag. PT

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

15/04/2021 17h35

O líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou hoje que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid não será do "fim do mundo", e não se focará em pessoas, mas, sim, em fatos ocorridos ao longo da pandemia do coronavírus no país.

A CPI da Covid vai investigar ações e eventuais omissões do governo federal em meio à pandemia, além de fatos correlatos a recursos da União repassados a estados e municípios.

Parlamentares da base aliada têm criticado o que enxergam como um uso político da comissão para atacar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os membros da CPI foram anunciados hoje e, no momento, a lista é desfavorável ao presidente da República.

"Não vai ser uma CPI do fim do mundo. Não tem nem como. Temos 5 mil e tantos municípios, 27 unidades federadas. Não tem CPI que, em 90 dias, vai investigar os 5 mil municípios. É para isso que existe Câmara de Vereadores. Nenhuma CPI vai conseguir investigar 27 unidades federadas. É para isso que existe Assembleia Legislativa e, no caso do DF, Câmara Distrital", afirmou Randolfe, em coletiva virtual concedida a jornalistas.

Segundo Randolfe, a CPI também não é contra pessoas, mas para "apurar fatos".

"Não é uma CPI contra quem quer que seja", ao falar que o presidente da República pode ficar "tranquilo" que a comissão não o tem como "alvo".

"Não tem alvo personalizado. O alvo é o fato. [...] É importante que se diga que nenhuma CPI cassou ninguém, impeachmou (sic) nenhum presidente, resultou na prisão por pena de ninguém. Não é esse o papel."

A seu ver, dentre os estados, a comissão deve começar pelo Amazonas, que viveu colapso na rede hospitalar por falta de oxigênio para pacientes intubados.

Ele defendeu que as primeiras reuniões de trabalho efetivo da CPI ouçam especialistas na pandemia, como infectologistas e biólogos, e considera que uma pergunta inevitável é: "qual a eficácia da hidroxicloroquina?".

Para o senador, depois, é preciso ouvir os três ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello.

As articulações para a definição do presidente e do relator da CPI estão intensificadas. Há uma tradição de que o autor do requerimento que provocou a CPI seja escolhido o presidente, no caso, Randolfe, mas, por ser de oposição, o governo busca emplacar outros nomes. Uma possibilidade é que um senador do PSD fique com a função.

O líder da Oposição diz estar aberto a assumir qualquer função, inclusive apenas como membro.