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Witzel diz que não renunciará e vê 'frustração' em autor de impeachment

Wilson Witzel diz que não renunciará e espera por julgamento justo em processo de impeachment -
Wilson Witzel diz que não renunciará e espera por julgamento justo em processo de impeachment

Do UOL, em São Paulo e no Rio

30/04/2021 10h58Atualizada em 30/04/2021 15h58

O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse hoje que não renunciará ao cargo antes do resultado do julgamento do pedido de impeachment, que está sendo realizado hoje pelo Tribunal Especial Misto.

Em mensagem no Twitter, Witzel rebateu o deputado estadual Luiz Paulo (Cidadania) que, durante sustentação oral da acusação, disse que Witzel participou ativamente do esquema de corrupção descoberto na área da saúde durante a pandemia. Luiz Paulo elaborou o pedido de impeachment ao lado da colega Lucinha (PSDB-RJ).

"Não desistirei jamais do cargo a que fui eleito. Espero um julgamento justo e técnico. As alegações finais do deputado Luiz Paulo são desprovidas de prova e demonstram toda sua frustração por seu grupo ter sido derrotado nas eleições, diga-se o grupo do Cabral e Picciani", escreveu Witzel, referindo-se ao ex-governador Sergio Cabral e ao ex-presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani.

O Tribunal Especial Misto —formado por cinco desembargadores e cinco deputados estaduais — decide hoje se Witzel perde ou não o mandato.

No começo da audiência, foi decidido que o relator do processo, o deputado Waldeck Carneiro (PT-RJ), será dispensado da leitura de seu relatório, com mais de 300 páginas. A medida tem como objetivo dar celeridade ao julgamento.

Na sequência, a acusação, por meio de Luiz Paulo, disse que toda a cadeia de comando da saúde estava envolvida no esquema. "O planejamento foi tosco, as ações erráticas. A organização precária serviu de arcabouço para se instituir uma estrutura hierárquica incompetente e corrupta. O comando na área da saúde estava contaminado pelo vírus da corrupção", afirmou.

Os advogados do governador afastado Wilson Witzel (PSC), por outro lado, rebateram as acusações e pediram que o processo de impeachment seja anulado desde sua origem, por supostos vícios ocorridos durante a tramitação do processo.

Bruno Albernaz, um dos defensores de Witzel a fazer uso da palavra, afirmou que o tribunal não deveria levar em consideração as acusações feitas pelo empresário Edson Torres e pelo ex-secretário de Saúde Edmar Santos —o último fechou acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República).

"Nem Edson Torres e nem Edmar Santos, criminosos confessos cuja palavra não tem a menor validade jurídica, foram capazes de apontar que o governador comungou desses atos espúrios em benefício próprio ou de outrem", pregou.