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Arthur do Val é xingado e expulso em ato pró-Bolsonaro: "Iria ser agredido"

Arthur do Val é xingado por apoiadores de Bolsonaro em SP - Reprodução/Instagram
Arthur do Val é xingado por apoiadores de Bolsonaro em SP Imagem: Reprodução/Instagram

Gilvan Marques

Do UOL, em São Paulo

03/05/2021 16h53

O deputado estadual Arthur do Val (Patriota-SP), integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), foi xingado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e expulso durante manifestação realizada na região da Avenida Paulista, em São Paulo.

Do Val, que também é conhecido pelo pseudônimo de "Mamãe Falei" e tido como ex-apoiador de Bolsonaro, abordou os manifestantes que passavam pelo local e fez perguntas incômodas.

"Alguém, aqui, tem político de estimação?", gritou ele. "Claro que não", respondeu uma mulher não identificada. "Então fora, Flávio 'rachadinha'", rebateu ele, referindo-se à suspeita de rachadinha envolvendo o filho do presidente. "Fora você, seu idiota", retrucou a mulher, irritada. (Assista ao vídeo abaixo)

Arthur do Val acabou sendo expulso do ato pelos manifestantes sob gritos de "vaza" e "lixo", e com "tapas e empurrões". A Polícia Militar estava próxima do tumulto. "Mas, claramente, se eu ficasse ali iria ser agredido mais severamente", afirmou o deputado, em contato com UOL.

Nas redes sociais, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Bolsonaro, reagiu ao vídeo feito por Arthur do Val.

"O cara vai em manifestação de esquerda e apanha, vai na de direita e é esculhambado (notem a diferença: comunistas agridem, conservadores apenas xingam). Agora ele vai ter que finalmente dar presença no trabalho e honrar o dinheiro que recebe do contribuinte paulista", ressaltou Eduardo, em tom de ironia.

Atos pró-Bolsonaro

Manifestantes interditaram ruas de diferentes capitais do país, no fim de semana, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e para pedir intervenção militar. Até o início da tarde, os apoiadores foram às ruas em ao menos 11 estados e no Distrito Federal, onde o próprio presidente acompanhou de helicóptero.

Entre as pautas defendidas estavam ofensas a governadores e a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), pedidos e "autorizações" de medidas antidemocráticas e alguns dos pontos mais defendidos pelo governo, como crítica às medidas de isolamento social para conter a pandemia, como recomendam autoridades de saúde.

Com o chamado "Eu Autorizo Presidente", bolsonaristas organizaram atos em diferentes pontos do Brasil em suporte ao governo, que enfrenta críticas pela condução na pandemia do novo coronavírus. O nome das manifestações foi uma resposta ao chefe do Executivo, que disse que aguardava "uma sinalização" dos brasileiros para "tomar providências" contra medidas de restrição de circulação decretadas por governadores e prefeitos contra a covid-19.