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CPI da Covid decide adiar depoimento do presidente da Anvisa para terça

Antônio Barra Torres, presidente da Anvisa - Pedro França/Agência Senado
Antônio Barra Torres, presidente da Anvisa Imagem: Pedro França/Agência Senado

Luciana Amaral e Lucas Valença

Do UOL e colaboração para o UOL, em Brasília

06/05/2021 04h00Atualizada em 06/05/2021 15h38

A CPI da Covid decidiu adiar para terça-feira (11) o depoimento do presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, que aconteceria na tarde de hoje, após a oitiva do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

A oitiva de Queiroga começou pouco depois das 10h, como previsto, e se estende pela tarde. Por isso, os membros da comissão decidiram adiar a fala de Barra Torres para a semana que vem.

O contra-almirante que comanda a Anvisa deverá ser questionado sobretudo acerca da aprovação de vacinas no país e do recente embate entre a agência e o Fundo Russo responsável pela comercialização da Sputnik V, que teve a importação e uso rejeitados pelo órgão em 26 de abril.

A reprovação unânime da vacina pela diretoria da Anvisa também gerou questionamentos de governadores que já negociaram a compra de doses da Sputnik.

Em resposta às críticas, Barra Torres afirmou que a Anvisa está sendo alvo de acusações infundadas e negou que a agência tenha mentido sobre a vacina. Segundo a Anvisa, há falta de informações sobre estudos que tratem de efeitos adversos do adenovírus replicante presente no imunizante desenvolvido na Rússia.

"Esperamos que esse problema seja solucionado com ciência, com argumento científico", disse Barra Torres.

A declaração do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta à CPI, na última terça, de que o Palácio do Planalto chegou a preparar uma proposta para alterar a bula da hidroxicloroquina por meio de decreto, também deverá entrar no conjunto de perguntas a serem feitas pelo colegiado ao chefe da Anvisa.

A expectativa é que o ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fábio Wajngarten preste esclarecimentos à CPI na quarta (12). Na quinta (13), é a vez do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e de representantes da farmacêutica Pfizer.

As novas datas dos depoimentos dos representantes da Fiocruz, do Instituto Butantan e da União Química ainda deverão ser avaliadas.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.