Reuniões, ofertas, carta: veja frases do CEO da Pfizer na CPI da Covid
Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil e atual CEO da farmacêutica na América Latina, participou hoje da CPI da Covid. O testemunho do dirigente veio após o depoimento de Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social).
No Senado, Murillo foi questionado sobre as articulações junto ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a aquisição de 70 milhões de doses da vacina contra a covid-19 produzida pela farmacêutica.
Durante o depoimento, o ex-presidente da Pfizer no Brasil disse que a farmacêutica abriu diálogo sobre vacinas ainda em maio de 2020 com o governo, confirmou o envio de uma carta ao presidente Jair Bolsonaro e negou a existência de cláusulas leoninas em acordos.
Carlos Murillo também confirmou à CPI que Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador do Rio de Janeiro e filho do presidente, participou de uma reunião no Palácio do Planalto entre a farmacêutica e o governo federal.
Veja frases do CEO da Pfizer na CPI da Covid:
Por que o Brasil?
O objetivo da empresa, com a seleção dos países, era selecionar países onde tínhamos possibilidade de fazer de forma mais eficiente [a vacinação] e onde a prevalência da doença (novo coronavírus) era maior.
Primeiras reuniões com o governo federal
As primeiras reuniões sobre a possível [compra de doses da] vacina começaram no mês de maio de 2020 [...] Principalmente nossa interlocução foi com o Ministério da saúde, mas também tivemos contato com outras agências governamentais. Mas a negociação foi feita com o Ministério da Saúde. Nossa interlocução principal foi no Ministério da Saúde. A pessoa com quem interagi diretamente foi o ex-secretário-executivo Élcio Franco, do Ministério da Saúde.
Ofertas ao Ministério da Saúde
Em 14 de agosto [de 2020], [a oferta era de] 70 milhões de doses. A oferta era 500 mil doses para 2020, 1,5 milhão para o primeiro trimestre de 2021, 5 milhões para o segundo trimestre, 33 milhões para o terceiro trimestre e 30 milhões para o quarto trimestre.
Na segunda oferta (em 18 de agosto), falando dos 30 milhões, considerava 1,5 milhão de doses para 2020, 1,5 milhão para o primeiro trimestre de 2021, 5 milhões para o segundo trimestre de 2021, 14 milhões para o terceiro trimestre e 8 milhões para o quarto trimestre.
A terceira proposta, do dia 26 de agosto: para 30 milhões, considerou 1,5 milhão para 2020, 2,5 milhões para o primeiro trimestre de 2021, 8 milhões para o segundo trimestre, 10 milhões para o terceiro trimestre e 8 milhões no quarto trimestre.
Posteriormente, no mês de novembro, nós fizemos uma atualização de nossa oferta. Conversamos por volta de 70 milhões [de doses]. No dia 11 de novembro, fizemos oferta por 70 milhões. O quantitativo que, nesse momento, conseguimos ofertar para o Brasil, foi de 2 milhões para o primeiro trimestre de 2021, 6,5 milhões para o segundo trimestre, 32 milhões para terceiro trimestre e 29,5 milhões para o quarto trimestre.
Em 24 de novembro, fizemos a mesma oferta, com algumas considerações diferentes, principalmente em condições para execuções do contrato com o Ministério da Saúde, como a necessidade de ter o registro sanitário aprovado para assinar essa oferta.
Em 15 de fevereiro de 2021, a oferta foi feita por 100 milhões de doses e a oferta considerava 8,7 milhões no segundo trimestre de 2021, 32 milhões no terceiro trimestre e 59 milhões no quarto trimestre de 2021.
Finalmente, no dia 8 de março, nossa oferta das 100 milhões [de doses] foi por 14 milhões no segundo trimestre de 2021 e os 86 milhões restantes no terceiro trimestre de 2021. Este é o contrato assinado e o contrato que estamos trabalhando com o governo do Brasil neste momento.
O segundo contrato, oferta feita em 23 de abril, por 100 milhões de doses adicionais, considerava 30 milhões no terceiro trimestre de 2021 e no quarto trimestre 70 milhões em 2021.
Carta para Bolsonaro
O que eu posso confirmar é que depois de feitas estas ofertas, com data de 12 de setembro, nosso CEO (Albert Bourla) mandou uma comunicação para o governo do Brasil indicando nosso interesse em chegar a um acordo e que nós tínhamos fornecido para o governo do Brasil as propostas anteriormente mencionadas.
Reunião em novembro
Após aproximadamente uma hora de reunião, Fabio Wajngarten recebeu uma ligação, saiu da sala e retornou para a reunião. Minutos depois, entrou na sala de reunião o Felipe Garcia Martins, assessor internacional da Presidência da República, e Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Fabio explicou para Felipe Garcia Martins e Carlos Bolsonaro os esclarecimentos prestados pela Pfizer até então na reunião. Carlos ficou brevemente na reunião e saiu da sala, Felipe ainda permaneceu na reunião. A reunião foi encerrada logo após a sequência, e representantes da Pfizer saíram do Palácio do Planalto.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.