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Marina Silva: Bolsonaro é um risco global e devia ser interditado

Do UOL, em São Paulo

25/05/2021 10h30Atualizada em 25/05/2021 14h48

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) disse ao vivo, no UOL Entrevista de hoje, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um risco global não apenas por conta de suas ações na pandemia de covid-19, mas também por sua política deficiente de enfrentamento às queimadas na Amazônia.

"Ele é com certeza um risco global duplo, pelo que está produzindo no retardamento do enfrentamento da covid-19, transformando o nosso país em uma espécie de incubadora de novas cepas do vírus, e pela questão da destruição da Amazônia, pelo que o mundo está cobrando dele na emissão de CO2 nas queimadas", disse ela.

Segundo um estudo do ICV (Instituto Centro de Vida), do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), com apoio do WWF-Brasil, 94% do desmatamento na Amazônia é ilegal. Além disso, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) neste mês, que apura crimes praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.

Marina afirmou que a CPI da Covid já apresentou "elementos e indícios fartos que levam a crimes de responsabilidade" praticados pelo governo e defendeu que Bolsonaro deve passar por um processo de impeachment o quanto antes. Para ela, não é possível esperar as eleições de 2022 para retirá-lo do poder.

O tempo para afastar Bolsonaro diante de todas atrocidades é agora, em qualquer tempo. Estamos perdendo tantas vidas em função de uma política genocida. (...) Estamos verificando o que está acontecendo com a destruição dos patrimônios ambientais. (...) Já era para ele ter sido interditado
Marina Silva

Na visão de Marina, o comportamento do presidente, que estimula aglomerações como a do domingo passado (23), com motoqueiros do Rio de Janeiro, desincentiva a população a se prevenir contra a covid —algo que ele não faz em visita a outros países.

"Ele passa uma mensagem que deveria ser motivo de repúdio do povo brasileiro. Ele vai para o Equador e usa máscara para não contaminar o povo equatoriano. E aqui não usa, desincentiva para contaminar o povo brasileiro. É um ato de desrespeito com a dignidade das pessoas", disse.

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