Trevisan: Pazuello, suas ideias não correspondem aos fatos
A ida do ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello a um ato favorável ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Rio de Janeiro foi uma "afronta" à CPI da Covid, na avaliação da colunista do UOL Maria Carolina Trevisan.
Pazuello compareceu à manifestação dias após prestar depoimento à comissão, quando se disse favorável ao uso de máscaras e de medidas de distanciamento contra o coronavírus. No ato, no entanto, o general da ativa quebrou protocolos sanitários e, ao lado de Bolsonaro, discursou sem máscara, promovendo aglomeração.
Citando a música "O Tempo Não Para", de Cazuza, Trevisan afirmou: "[Pazuello], suas ideias não correspondem aos fatos". "Não dá para você falar o que você falou na CPI e aparecer ali no palanque, porque Bolsonaro já está em campanha, sem nenhum tipo de protocolo e dizer que você fez tudo pela vacina, você fez tudo para enfrentar a pandemia. Não é assim. A gente está vendo que não é assim", disse a colunista no episódio desta semana do Baixo Clero, o podcast de política do UOL (veja a partir de 31:01).
Na avaliação de Trevisan, além de a atitude de Pazuello ter sido uma "afronta", a ação pode levar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a ficar "cada vez mais isolado". Dentro das Forças Armadas, por exemplo, a ida do ex-ministro e general da ativa à manifestação causou um grande mal-estar. O Exército abriu um procedimento disciplinar para apurar as irregularidades da participação de Pazuello no ato.
"Daqui a um tempo ele [Bolsonaro] não vai ter mais o apoio de ninguém. É impossível você viver tranquilo, vai criando uma raiva dentro das pessoas. Gente presa dentro de casa, sem conseguir trabalhar, e o cara lá promovendo aglomeração, como se não fosse uma situação tão grave. A tendência é que Bolsonaro se isole, na verdade", afirmou a colunista (veja a partir de 32:31).
Entre as punições possíveis de serem aplicadas a Pazuello, está a ida do general da ativa para a reserva. Para o colunista do UOL Diogo Schelp, esta é uma movimentação que já deveria ter acontecido "há muito tempo".
"Quando Pazuello assumiu o Ministério da Saúde, já havia um mal-estar no Exército por ele ser um general da ativa, ao contrário dos outros generais que fazem parte do governo, que estão na reserva. E ele não queria de jeito nenhum ir para a reserva. Agora ele quer menos ainda, porque está morrendo de medo da CPI e considera que o fato de ser um general da ativa dá a ele algum respaldo", disse Schelp (veja a partir de 28:48).
"Ele vai ser convocado novamente [à CPI], por exemplo, e, se não houver um habeas corpus como da primeira vez, [o senador] Omar Aziz, presidente da CPI, já disse que será diferente, que não vão deixar ele mentir tão livremente —o que é, basicamente, uma ameaça de prisão", afirmou (veja a partir de 29:27).
Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição de áudio. Você pode ouvir Baixo Clero, por exemplo, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music e Youtube —neste último, também em vídeo.
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