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Senador diz que vai ao Conselho de Ética contra colega pró-cloroquina

Senador Alessandro Vieira pretende fazer representação contra Luís Carlos Heinze  - Divulgação
Senador Alessandro Vieira pretende fazer representação contra Luís Carlos Heinze Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

08/06/2021 15h50Atualizada em 08/06/2021 16h10

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que entrará com uma representação no Conselho de Ética do Senado contra o também senador Luís Carlos Heinze (PP-RS), que fez uma defesa do tratamento precoce contra a covid-19 durante sessão de hoje da CPI da Covid. Durante o depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Heinze disse que os medicamentos são responsáveis pelos mais de 15 milhões de recuperados da doença no Brasil, o que não pode ser comprovado.

Diante da fala de Heinze, que virou membro titular da comissão ao substituir ontem o senador Ciro Nogueira (PP-PI), Vieira afirmou que fará uma representação no Conselho de Ética por causa da defesa de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da covid-19, como a cloroquina e a ivermectina.

"Vou apresentar representação junto ao Conselho de Ética do Senado, em face do senador Luís Carlos Heinze. Tenho todo respeito pelo colega, mas não se deve tolerar a diária tentativa de transformar a CPI em mais um canal de desinformação dos brasileiros. Já são 474.614 mortos", escreveu Vieira no Twitter.

Na CPI, Heinze chegou a afirmar que cientistas estariam trabalhando em testes de medicamentos preconizados no tratamento precoce, mas a OMS (Organização Mundial da Saúde), por exemplo, encerrou os testes com a cloroquina ainda em junho do ano passado.

O senador fez a fala ao se dirigir a Queiroga e ao senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que também é membro titular da CPI.

"Aqui eu quero lhe mostrar, ministro: 15.408.401 brasileiros salvos. Quando o pessoal bota 474 mil mortos, eu lamento as mortes, senador Girão, lamento. Mas vamos comemorar vida. Esses 14 mil médicos — falam em 10 mil, 14 mil — que estão hoje fazendo uma cruzada pelo Brasil, botaram o seu CRM [Conselho Regional de Medicina] à disposição e estão enfrentando o Ministério Público, demissões — há médicos demitidos de seus hospitais, porque adotaram esse procedimento. Isso fez nós salvarmos 15 milhões de vidas. Há os cientistas, senador Girão, que estão também trabalhando isso", afirmou Heinze.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.