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Tem havido sabotagem sistemática ao combate da covid, diz médico à CPI

11.jun.2021 - O médico sanitarista Cláudio Maierovitch é ouvido na CPI da Covid, no Senado, em Brasília, nesta sexta-feira. Médico formado pela USP, Maierovitch é especialista em políticas públicas e gestão governamental, além de mestre em medicina preventiva e social - GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO
11.jun.2021 - O médico sanitarista Cláudio Maierovitch é ouvido na CPI da Covid, no Senado, em Brasília, nesta sexta-feira. Médico formado pela USP, Maierovitch é especialista em políticas públicas e gestão governamental, além de mestre em medicina preventiva e social Imagem: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

11/06/2021 15h36Atualizada em 11/06/2021 16h24

O médico sanitarista Claudio Maierovitch criticou hoje a atuação do governo federal durante a pandemia do coronavírus. Segundo ele, há sabotagem sistemática contra ações regionais que tentam conter a disseminação da covid-19.

"Infelizmente [as ações de estados e municípios] esbarram na resistência do governo federal. Acho que tem havido sabotagem sistemática a todas as iniciativas que visam a redução da circulação do vírus e transmissão da doença", disse Maierovitch na CPI da Covid.

Segundo o médico e ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é muito difícil adotar regras restritivas "quando há uma grande autoridade nacional falando na TV contra essas regras ou agindo na justiça contra essas regras".

Ontem, contrariando autoridades sanitárias de todo o mundo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu um parecer para desobrigar o uso de máscara por vacinados ou pessoas que contraíram a covid-19 e se recuperaram.

Queiroga, porém, disse ser preciso que a vacinação avance para que o plano seja colocado em prática. Ele não deixou claro em que pé está o parecer. Parlamentares de oposição viram a declaração de Bolsonaro como cortina de fumaça e nova defesa da "imunidade de rebanho".

Bolsonaro também apoia o tratamento precoce com medicamentos sem eficácia contra a covid-19 e a imunidade de rebanho, sem vacina, a partir da contaminação do maior número possível de pessoas.

Em pouco tempo, no entanto, estudos mostraram que a consequência dessa estratégia eram milhares de mortes. Embora o ministério da Saúde nunca tenha oficialmente adotado a estratégia de imunidade de rebanho sem vacinas, o presidente Jair Bolsonaro disse diversas vezes que a contaminação da maioria da população era inevitável e que "ajudaria a não proliferar" a doença.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.