Governista, Girão critica Bolsonaro por 'motociata' em SP: 'Inoportuno'
Um dos senadores governistas que compõem a CPI da Covid, Eduardo Girão (Podemos-CE) criticou hoje o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por mais uma vez promover aglomeração e não usar máscara durante um passeio de moto com apoiadores, em São Paulo. O parlamentar classificou o ato como "inoportuno" e disse vê-lo como uma "insensibilidade" com a população em meio à pandemia.
"Eu acho um equívoco do presidente da República. [Ele] Causa aglomeração, sem uso de máscara... Isso não é prudente, é inoportuno", avaliou Girão em entrevista à CNN Brasil. "É uma insensibilidade com a população no momento em que ela sofre as consequências da questão sanitária, e hoje houve um descumprimento da regra por quem deveria dar o exemplo."
Apesar de reprovar a "motociata" de Bolsonaro, o senador — que se declara "independente" — também criticou os membros da CPI que são opositores do governo por, segundo ele, usarem a comissão para "fazer palanque político antecipado".
"A CPI não quer ouvir os dois lados, quem ainda acompanha a CPI está vendo isso. Ontem nós tivemos um caso que entrou para a história, porque ficou escancarado o viés político de um dos cientistas que estavam lá. Ele chegou a retuitar que o ex-presidente Lula [PT] já teria vacinado toda a população. Como é que um cientista que está numa militância já para 2022 vem falar no Senado sobre uma CPI técnica?", questionou, em referência ao médico sanitarista Claudio Maierovitch.
Essa [suposta] queda [da efetividade da CPI], eu acredito que vem não apenas da manipulação política, que é clara, especialmente do comando da CPI, mas também do festival de atrocidades que a gente está vendo quando vai se ouvir depoentes que não falam exatamente aquilo que o relator [Renan Calheiros (MDB-AL)] e o presidente [Omar Aziz (PSD-AM)] querem ouvir. (...) Ninguém é bobo.
Eduardo Girão (Podemos-CE)
"Motociata" e discurso em SP
Além de participar do passeio de moto, o presidente Jair Bolsonaro discursou em um carro de som na região do Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. No palanque, nem ele, nem seus apoiadores usavam máscara — atitude que rendeu multa de R$ 552,71 ao presidente.
Em tom de campanha eleitoral, Bolsonaro disse querer entregar "bem lá na frente" um governo melhor do que recebeu. Mais uma vez, ele criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e as medidas restritivas para frear o avanço da pandemia, que já matou mais de 480 mil pessoas no Brasil.
"Temos hoje no Brasil um presidente da República, um governo que acredita em Deus, que é leal à sua população, respeita seus militares e só tem um objetivo: no futuro, lá na frente, bem lá na frente, entregar um governo bem melhor do que recebeu em janeiro de 2019", declarou.
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