Kalil diz que Bolsonaro será multado se fizer campanha na rua em BH
Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, disse hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será multado se for à capital fazer campanha sem máscara. Depois de aglomerar com ministros e motociclistas no Rio de Janeiro, Bolsonaro promoveu uma 'motociata' com 12 mil motos em São Paulo, desrespeitando medidas de prevenção contra o coronavírus.
"[Ele] Vem cá na nossa cidade sacrificada, com comerciantes sacrificados, donos de bar e restaurantes sacrificados, para disseminar negacionismo numa cidade que se cuidou tanto? Eu acho que se ele fizer isso vai perder muitos votos aqui dentro", disse Kalil.
O prefeito participa do UOL Entrevista, conduzido pelos colunistas Josias de Souza e Leonardo Sakamoto e pela apresentadora Fabíola Cidral.
Se ele não vier aqui é um grande favor que ele está prestando ao povo de BH. O povo vai compreender isso como um ato de gentileza, bondade.
Alexandre Kalil, prefeito de BH sobre ida de Bolsonaro à capital
"Eu tenho um filho do meio que fala o seguinte: muito ajuda quem pouco atrapalha. Eu uso essa frase para que não venha, não nessa condição [de promover evento com aglomeração]. Se quiser vir como Presidente da República, se me chamar em qualquer lugar, eu vou", acrescentou o prefeito.
Kalil também afirmou que Bolsonaro tem responsabilidade no agravamento da pandemia no Brasil. "Não é só ele responsável, ele liderou. Nós perdemos amigos, parentes, gente muito próxima sabendo que essa vacina 'tava' aqui e não deixaram ela chegar".
Sobre o parecer que vem sendo estudado pelo Ministério da Saúde para desobrigar o uso de máscara por vacinados ou pessoas que contraíram a covid e se recuperaram, Kalil disse que não seguirá uma possível orientação.
"Recebi uma ordem do Supremo Tribunal Federal. Quem cuida da população de Belo Horizonte, sou eu. Não entendo o por que disso [parecer], nós ainda não somos os Estados Unidos que vacinam 300 milhões de pessoas. [Bolsonaro] Está vendo o que está acontecendo lá, mas está esquecendo de colocar 300 milhões de vacinas nos braços dos brasileiros. Não vejo qual a vantagem, para que falar disso agora?", disse ele, afirmando que tem dinheiro para pagar "4 milhões de vacinas à vista", mas não tem onde comprá-las.
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