Toffoli suspende quebras de sigilo de ex-assessor de Pazuello
O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou suspender quebras de sigilo telefônico e telemático do advogado Zoser Plata de Araújo, que foi assessor especial do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. As medidas haviam sido aprovadas pela CPI da Covid no início do mês e, no caso de Araújo, o pedido partiu do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Em seu despacho, Toffoli considerou que os parlamentares não apontaram um ato concreto de Araújo que desse respaldo à quebra dos sigilos. "Desse modo, a decretação de quebra de sigilo por comissão parlamentar de inquérito depende da indicação concreta de causa provável de envolvimento nos supostos atos irregulares e não pode se fundamentar genericamente em razão do cargo ocupado por aquele que tem seus dados devassados, como ocorre no caso", escreveu.
Em sua justificativa para pedir a quebra, o senador Alessandro Vieira afirmou que a atuação de Araújo "guarda relação legal, no plano administrativo, tanto com a atuação do governo federal no enfrentamento da pandemia de Covid-19 quanto no tratamento que recebeu o serviço público de saúde do estado do Amazonas", mas não apontou um ato específico que teria sido cometido pelo ex-assessor.
STF dividido
A decisão de Toffoli acentua ainda mais um racha no STF com relação às quebras de sigilo de comunicações requisitadas pelos senadores. Dos 14 pedidos de investigados que chegaram à Corte para suspender a medida, nove foram rejeitados (ou seja, a quebra de sigilo foi mantida) e cinco foram aceitos, resultando na suspensão das medidas.
Toffoli juntou-se aos ministros Luís Roberto Barroso e Nunes Marques, que também acataram o pedido dos investigados. Neste grupo de beneficiados estão, entre outros, Elcio Franco, ex-secretário adjunto de Pazuello, e Hélio Angotti Netto, atual secretário de ciência e tecnologia da pasta.
Já os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber decidiram manter as quebras de sigilo. Os alvos incluem o próprio Pazuello, além do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, do assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, além do empresário Carlos Wizard, apontado como organizador do chamado "gabinete paralelo" que aconselhava o governo no combate à pandemia à margem do ministério.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.