Na fila da vacina, bolsonarista confronta Randolfe, que rebate: 'Genocida'
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) discutiu hoje com um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) logo após tomar a primeira dose da vacina contra a covid-19, em Macapá. Um vídeo que mostra a abordagem circula nas redes sociais. Em contato com o UOL, Randolfe disse que a abordagem do apoiador bolsonarista foi "planejada".
O parlamentar, que é vice-presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, foi abordado por uma pessoa usando uma máscara com as cores verde e amarela e com a imagem do presidente Jair Bolsonaro. O caso ocorreu em um corredor da UBS (Unidade Básica de Saúde) Congós, na zona sul da capital amapaense.
Randolfe tem 48 anos e, ao se vacinar, usou uma camisa com a frase "Vacina no Braço, Comida no Prato", além de segurar um cartaz com o nome de três pessoas que morreram em decorrência da doença. Ele ainda fez referência à marca de mais de 500 mil mortes por covid-19 no Brasil.
Após ter tomado a primeira dose do imunizante, o político é abordado pelo homem, que não se identifica nas imagens.
"Senador, por que aquela CPI da palhaçada lá em Brasília?", perguntou o manifestante. "Que a gente vai prender Jair Bolsonaro", respondeu o senador.
O apoiador, então, replicou: "Não vai prender nunca. Sabe por quê? Deus está com ele. Em vez de vocês estarem perseguindo o Bolsonaro, vocês deveriam estar cuidando do país, que está doente". O senador amapaense reagiu mais uma vez, dizendo "Graças a Bolsonaro". No vídeo, Randolfe também chama o presidente de "assassino" e "genocida".
"Foi uma ação para intimidar"
Ao UOL o senador disse que a abordagem do apoiador bolsonarista foi "planejada".
"Fui me vacinar e chegando lá na UBS, esperei por uma hora. Fui bem recebido por todos, mas na saída um indivíduo que, segundo comentários, nem estava no prédio, o que reforça ter sido encaminhado por alguém que soube da vacinação. O fato de ter esperado por uma hora com certeza fez com que fosse informado", comentou.
"Foi uma ação claramente para lacrar nos grupos deles e para intimidar, o que não conseguiu porque não teve sucesso. Essa é a atuação miliciana", finalizou o senador, que tem se posicionado como um dos principais críticos, entre os integrantes da CPI, à conduta do Governo Federal ao longo da pandemia do novo coronavírus.
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