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Wizard é cúmplice e precisa ser responsabilizado por tragédia, diz Kennedy

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/06/2021 12h14Atualizada em 30/06/2021 15h13

O depoimento de Carlos Wizard na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid vai contribuir pouco para a comissão, mas é uma confissão de culpa do empresário, defende o colunista do UOL Kennedy Alencar em participação no programa UOL News, exibido na tarde de hoje.

É um depoimento que vai contribuir muito pouco para a CPI, mas a própria exibição dos vídeos é uma confissão da responsabilidades que ele tem. Ele é um dos cúmplices dessa tragédia agravada no Brasil. Graças à ação de Carlos Wizard e de outras pessoas é que o Brasil foi o país que mais gente morreu sem necessidade, mais gente adoeceu sem necessidade. Ele precisa ser responsabilizado. Não porque ele tem muito dinheiro, é um bilionário, que ele pode achar que tem direito de falar bobagens no ouvido da Presidência da República.
Kennedy Alencar, colunista do UOL

O empresário anunciou que ficaria em silêncio em seu depoimento na CPI ao fazer o seu pronunciamento na abertura da sessão. Antes disso, Wizard negou ter participado ou tomado conhecimento da existência do chamado "gabinete paralelo" de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia.

O colunista considera que o empresário fez um uso político de seu direito constitucional de ficar calado, mas que ao permanecer em silêncio ao ser confrontado com vídeo em que dizia que o "Brasil estava forrado de cloroquina", Wizard confessou sua culpa na condução do governo na pandemia.

Kennedy lembra que Wizard negou no depoimento que teve encontros com o presidente e que se envolveu em negociações de contrato, quando na verdade ele participou de encontros que debateram a compra de vacinas.

[Wizard] É uma mistura de véio da Havan com Osmar Terra. É uma figura perigosa. É um lobo em pele de cordeiro.
Kennedy Alencar, colunista do UOL

O colunista também comentou as menções de Wizard à filha, que tem uma gravidez de risco, e o pai, que é idoso, como motivos para viajar aos EUA e não comparecer à CPI, que investiga os motivos que levaram à morte de mais de 500 mil pessoas durante a pandemia.

O pai idoso, a filha gravida... E as 500 mil pessoas que morreram? Tinha planos também. Tinham preocupações familiares. São legítimas as preocupações dele. Todos nós devemos ter preocupações com as nossas famílias. Mas é um discurso apelativo, né. É uma figura perigosa.
Kennedy Alencar, colunista do UOL

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.