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Após Leite se declarar gay, Bolsonaro ri e ironiza: 'Se achando o máximo'

Do UOL, em São Paulo*

02/07/2021 11h23Atualizada em 02/07/2021 14h33

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou tom irônico ao comentar, em conversa com apoiadores, o fato de governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS), ter se declarado gay pela primeira vez publicamente.

Bolsonaro, a princípio, disse que não iria falar "para não dar problema" e não citou nominalmente Eduardo Leite, mas na sequência da conversa deixou clara a referência ao governador, que deu a declaração ontem em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo.

"O cara ontem, não vou falar não que dá problema", disse, em meio a risos. "O cara ontem está achando que é o máximo, se achando o máximo. Bateu no peito, 'eu assumi'", completou.

Na mesma entrevista em que declarou sua homossexualidade, Eduardo Leite confirmou ser um dos nomes que vai disputar a pré-candidatura do PSDB à eleição presidencial de 2022.

Segundo Bolsonaro, ter se declarado gay foi um "cartão se visita" para a candidatura.

"É o cartão de visita para a candidatura dele. Ninguém tem nada contra a vida particular de ninguém, mas querer impor seu costume seu comportamento a todos não", completou, reforçando sua posição homofóbica.

Na mesma conversa com apoiadores, Bolsonaro voltou a usar expressões que usa de forma frequente para se referir ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP).

"Estava numa piscina no Rio de Janeiro, não estava com shortinho apertado, calçãozinho largo", disse, se referindo a uma foto de João Doria tomando sol em um hotel do Rio de Janeiro durante a pandemia do novo coronavírus.

Já a Randolfe Rodrigues, Bolsonaro o citou como "senador saltitante", assim como já tinha feito em uma live semanal. Na ocasião, o presidente disse que o parlamentar era "gazela saltitante" e "falava fino".

Repercussão

Após declarar publicamente sua homossexualidade, Eduardo Leite foi cumprimentado por figuras de diferentes matizes político-ideológicas, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e a vice da chapa de Fernando Haddad à presidência da República em 2018, Manuela d' Ávila. O tucano agradeceu ao apoio.

Uma voz destoante foi a do ex-deputado federal Jean Wyllys (PT), que afirmou que Leite teria "coragem" de se declarar gay se ele tivesse se oposto ao presidente quando este "disseminava mentiras como 'kit gay' e 'mamadeira de piroca'". "Naquele momento o governador era cúmplice", disse.

Eduardo Leite declarou voto em Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2018.

*Com informações da Estadão Conteúdo