Hoje devemos apresentar o nome do André Mendonça ao STF, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que deve apresentar ainda hoje o nome de André Mendonça para o STF (Supremo Tribunal Federal). O advogado-geral da União é o escolhido para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello, mas ainda deverá passar por sabatina no Senado.
Em entrevista a jornalistas após reunião com o ministro Luiz Fux, presidente do STF, Bolsonaro disse que tanto ele quanto Mendonça têm conversado com os senadores em busca de apoio. Após a indicação, ele será sabatinado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e o plenário do Casa votará o nome do indicado, que deve ser aprovado por maioria absoluta (41 votos dos 81 senadores).
"Pela contagem dele [André Mendonça], existe a possibilidade sim de ser aceito. Cada dia que passa ele ganha mais adeptos", afirmou.
Na semana passada, o presidente já havia adiantado o escolhido para a vaga mas, a pedido de Fux, ficou de anunciar o nome oficialmente somente depois que Marco Aurélio deixasse a cadeira. Mendonça já era cotado para a cadeira pelo menos desde julho de 2019, quando o presidente afirmou, em um culto com a bancada evangélica na Câmara dos Deputados, que levaria ao Supremo um nome "terrivelmente evangélico". Naquele ano, porém, a primeira vaga aberta no Supremo foi preenchida pelo hoje ministro Kassio Nunes Marques.
Hoje, Bolsonaro repetiu que o escolhido é "extremamente evangélico" e pastor evangélico e que pediu a Mendonça que "uma vez por semana ele comece a sessão com uma oração". Para o presidente, é certo que nenhum dos demais ministros irá se opor a isso. Questionado se isso não seria uma violação ao Estado laico, previsto na Constituição, ele negou.
"O que é o Estado laico? Não impedimos outras religiões em prol de uma só, ou todas as religiões de forma geral. O público evangélico, que está em torno de 40% do Brasil, merece uma pessoa aqui", argumentou.
Bolsonaro defendeu que Mendonça tem "um passado invejável" e é uma pessoa "extremamente equilibrada". Disse, ainda, que o candidato à vaga é "respeitador" e que "vai contribuir muito com o Supremo".
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