Eduardo Paes diz não apoiar impeachment de Bolsonaro e compara com Dilma
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), participou hoje do programa da jornalista Miriam Leitão, na GloboNews, e afirmou não ser favorável ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Tenho uma tendência a não gostar de impeachment, está muito vulgarizado no Brasil. Se for medir por aquela régua, a situação é muito mais crítica [em comparação com a Dilma]. Eu torço para que não haja impeachment, torço para que haja uma eleição. Eu prefiro e torço todo dia. Temos aí uma CPI para investigar, havendo crime de responsabilidade, compete ao Congresso julgar", afirmou o prefeito.
Eduardo Paes lembrou que os últimos cinco presidentes da República eleitos no voto, dois sofreram impeachment [Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff]. O prefeito disse acreditar que um novo processo de impeachment para mais um presidente deveria ser um sinal de alerta ao país.
"Exército sem partido"
Sempre comedido nas palavras e raramente com posições que podem ser vistas como de oposição ao governo federal, Eduardo Paes se manifestou sobre as recorrentes ameaças de Bolsonaro em relação ao pleito presidencial de 2022 e a entrevista do comandante da Aeronáutica ao O Globo, vista como uma ameaça por diversos políticos e entidades da sociedade civil.
."Não faz parte do jogo o comandante militar dar aquela entrevista cheia de ameaças, é aceitável, não é uma entrevista normal, é uma entrevista cheia de ameaças. Até as entrelinhas se deixaram de lado", disse.
"A gente quer as forças armadas sem partido. Não há espaço para esse tipo de coisa no Brasil. Ninguém vai ameaçar a democracia do Brasil por meio da força"
O posicionamento de Paes vem na esteira da entrevista do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, ao jornal O Globo, em que afirmou que "As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro".
A fala foi uma resposta ao presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), que afirmou durante depoimento na comissão que "os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo". A fala foi vista por muitos políticos e setores da sociedade civil como uma ameaça ao estado democrático".
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