Topo

Esse conteúdo é antigo

'Bolsonaro não respeita nada, nem a morte', diz Josias de Souza

Siga o UOL no

Do UOL, em São Paulo

03/08/2021 09h23

O colunista Josias de Souza criticou, em participação na edição de hoje no UOL News, a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em referência ao ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas, que morreu em maio deste ano em decorrência de um câncer.

Ontem, em conversa com apoiadores, Bolsonaro se referiu a Covas como "o outro que morreu" ao dizer que o ex-prefeito acompanhou, ao lado do filho, a final da Copa Libertadores entre Santos e Palmeiras no Maracanã, em janeiro deste ano, quando a cidade de São Paulo tinha restrições por causa da pandemia do novo coronavírus. Na ocasião, ele se justificou pelas redes sociais, dizendo que era um sonho dele e do filho.

"O Bolsonaro é um personagem sui generis, não respeita nada, nem a morte. Havia um relacionamento entre Covas e seu filho, e o prefeito sabia que o problema de saúde tinha um desfecho previsível", disse Josias.

"Ele quis proporcionar ao filho um momento de convívio pai e filho, ele não tinha tempo para protelar isso, precisava fazer isso. O jogo foi liberado para presença de público e é compreensível. Momento de comunhão entre pai e filho que precisava ser respeitado. [Bolsonaro] precisava ter um mínimo de respeito", completou.

Em seu comentário, Josias de Souza ainda fez uma relação entre o momento da política no Brasil e as Olimpíadas, citando especificamente as conquistas de ouro do surfista Ítalo Ferreira e da ginasta Rebeca Andrade e a prata da skatista Rayssa Leal.

"Enxergo hoje o Bolsonaro como um pesadelo da realidade interferindo em um evento em que o brasileiro vive a alegria e fantasia de atenuar a sua ansiedade, torcendo pela realização de sonho de medalhas como pessoas como Rebeca, Ítalo e Rayssa. Atletas que tem a cara do Brasil, que torcem pelo lance bonito na vida", disse.

"Bolsonaro deveria refletir um pouco que um país que lida com mais de 500 mil mortes por covid-19 e de mais de 15 milhões de desempregados não precisa de problemas novos, muito menos de um presidente que cria problemas do nada. Deveria se mirar nesses brasileiros comuns que estão lá nas Olimpíadas e proporcionam momentos de sonho aos brasileiros", completou.