Oposição critica Lira por PEC do voto impresso; aliados veem 'chance'
Políticos da oposição criticaram hoje o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) por levar a plenário a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso —que foi rejeitado ontem em comissão especial. Já aliados do governo Jair Bolsonaro (sem partido) veem uma "chance" de aprovar o projeto.
Em discurso, Lira afirmou que a decisão foi tomada "pela tranquilidade das próximas eleições". A PEC foi apresentada por Bolsonaro, que tem insistido em uma narrativa mentirosa de que as urnas eletrônicas só poderão ser auditáveis se houver um comprovante impresso do voto. Bolsonaro já foi desmentido inúmeras vezes pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Nas redes sociais, políticos da oposição classificaram a decisão como "insanidade". A deputada federal e líder da bancada do PSOL na Câmara, Talíria Petrone, chegou a escrever que "Lira e Bolsonaro são a mesma coisa".
Veja a repercussão:
Sâmia Bomfim, deputada federal (PSOL)
Sóstenes Cavalcante, deputado federal (DEM)
Talíria Petrone, deputada federal (PSOL) e líder da bancada na Câmara
Carmelo Neto, vereador de Fortaleza (Republicanos)
Lindbergh Farias, vereador do Rio de Janeiro (PT)Manuela d'Ávila, ex-deputada federal (PCdoB)
Maria do Rosário, deputada federal (PT)
Voto impresso gera impasse com STF
A insistência de Bolsonaro no voto impresso tem causado atritos com o STF (Supremo Tribunal Federal). O presidente atacou diversas vezes o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso e o ministro Alexandre de Moraes, que ontem autorizou que Bolsonaro seja investigado no âmbito do inquérito das fake news por seus ataques contra o sistema eleitoral.
Pelos ataques aos ministros e as ameaças de ruptura democrática que Bolsonaro vem fazendo, como quando diz que sem voto impresso não haverá eleições em 2022, o presidente do STF, Luiz Fux, cancelou ontem uma reunião entre os três poderes que foi marcada em meados de julho.
Quando se atinge um dos integrantes, se atinge a Corte por inteira. (...) Diálogo eficiente [entre Poderes] pressupõe compromisso permanente com as próprias palavras, o que infelizmente não temos visto no cenário atual".
Luiz Fux, presidente do STF
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