Foi um erro da CPI da Covid ouvir Barros agora, avalia professor do Insper
A CPI da Covid deveria ter aguardado mais algumas semanas para ouvir o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), avalia o professor do Insper Carlos Melo. Em participação no UOL News, ele disse que a "estratégia de pós-verdade" adotada por Barros prejudicou a investigação da comissão.
"O sujeito mente, sabe que conta com uma parcela de fiéis que vão acreditar ou, mesmo que não acreditem, dirão que é verdade. Ele está, de certa forma, falando para o seu público", apontou Melo. "Foi ruim, sobretudo para a CPI."
O professor também disse que faltou, para o depoimento de hoje, uma estratégia clara da comissão de inquérito do Senado. Após discussão entre Barros e senadores da oposição, a sessão foi encerrada e a CPI anunciou que o líder do governo será reconvocado.
"[A de Barros] é bola cantada, nós sabemos que estratégia é essa. Ele quis ser chamado rápido, entrou inclusive no Supremo, e vai como convidado justamente num momento em que faltava elementos."
Segundo Melo, o presidente Omar Aziz (PSD-AM) encerrou a sessão para evitar um "enorme bate-boca" improdutivo.
"Era muito melhor parar mesmo aquela arguição e transformar o convite numa convocação onde houvesse muito mais informações e que o próprio desenrolar dos fatos tratasse de desmentir o deputado líder de governo. Foi um erro da CPI permitir que fosse agora e não deixar pra mais tarde."
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