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Randolfe não vê 'condição' de reconduzir Aras à PGR

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, durante sessão da comissão - Edilson Rodrigues/Agência Senado
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, durante sessão da comissão Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

14/08/2021 10h43

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse hoje pela manhã que não vê "condições" do Senado reconduzir o procurador-geral da República, Augusto Aras.

A avaliação de Randolfe acontece após Aras afirmar que a fala do senador Omar Aziz (PSD-AM) sobre as Forças Armadas, dita durante uma CPI da Covid, pode configurar quebra de decoro parlamentar.

"Eventual excesso de linguagem na manifestação não atrai a tutela penal, não obstante possa configurar, em tese, quebra de decoro apta a ensejar o controle político", disse o procurador, em posicionamento enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

No mês passado, Aziz afirmou "que fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo". O presidente da CPI deu a declaração durante o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias.

A declaração de Aziz gerou uma crise entre senadores e a base militar do governo Bolsonaro. No mesmo dia, o Ministério da Defesa e as Forças Armadas publicaram uma nota repudiando a declaração e que não iriam aceitar "qualquer ataque leviano".

Bolsonaro pediu recondução de Aras

No final do mês passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) encaminhou o pedido de recondução de Aras ao Senado. O procurador termina seu mandato em setembro.

A continuidade do mandato depende da aprovação do Senado. Em 2019, quando assumiu o cargo, Aras recebeu o apoio de 68 senadores e teve 10 votos contrários.

Esta é a segunda vez que o Bolsonaro não respeita a indicação do MPF (Ministério Público Federal). Ao escolher Aras, em setembro de 2019, o presidente quebrou uma tradição iniciada em 2003 de escolher integrantes da lista tríplice.

Para críticos do governo, nomeação de quadros de fora da lista pode ser uma tentativa de controlar o Ministério Público, responsável por investigar eventuais irregularidades do Executivo.