Coronel investigado no TSE por ataques às urnas ganha novo cargo no governo
O coronel da reserva Eduardo Gomes da Silva, que participou no mês passado de uma live ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas e no sistema eleitoral brasileiro, ganhou um novo cargo no governo, agora vinculado à Secretaria Geral da Presidência da República. A promoção foi publicada no DOU (Diário Oficial da União).
O oficial ocupará o posto de secretário especial de Modernização do Estado, cargo criado pela atual gestão, cuja função é a de aprimorar a gestão pública em parceria com os demais ministérios, estados e municípios.
Eduardo Gomes da Silva é próximo ao ministro da Secretaria Geral, Luiz Eduardo Ramos, e está lotado no Planalto desde 2020, primeiro como secretário especial adjunto da Secretaria Especial de Relações Institucionais, depois virou assessor especial no gabinete de Ramos. Na live, o coronel foi apresentado por Bolsonaro como "analista de inteligência".
Alvo de investigação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gomes prestou depoimento na semana passada no âmbito de um inquérito que investiga a conduta de Bolsonaro sobre os ataques ao sistema eleitoral, e afirmou não ter quaisquer provas sobre fraudes. Anteriormente, na live ao lado do mandatário, ele declarou o contrário, e garantiu que apresentaria provas para corroborar as acusações, o que acabou não acontecendo.
Na live realizada em 29 de julho, o presidente e o coronel supostamente apresentariam provas de que houve fraudes em eleições passadas, inclusive na que elegeu Bolsonaro, mas apenas trouxeram teorias que circulam nas redes sociais e que, aliás, já foram desmentidas.
Em todas as ocasiões em que colocou em xeque a lisura das urnas eletrônicas, Bolsonaro foi rebatido pelo TSE, fato que colocou o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, na linha de ataques do chefe do Executivo Federal, que recentemente baixou tom ao chamar o ministro de "filho da put*".
Na semana passada, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, incluiu Jair Bolsonaro no inquérito das fake news por propagar mentiras sobre o sistema eletrônico durante a live. Posteriormente, o ministro acolheu notícia-crime apresentada pelo TSE para investigar o mandatário por, supostamente, vazar dados sigilosos da Polícia Federal sobre uma invasão hacker ao tribunal em 2018. Em resposta, o presidente disse que "a vez" de Moraes "vai chegar".
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