Barros: Brasil não pode perder a chance de reeleger Bolsonaro em 2022
O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou hoje, em entrevista ao UOL News, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vai ganhar as eleições presidenciais de 2022. Para o político, o Brasil não pode perder a oportunidade de reeleger o atual mandatário. Hoje, Barros perdeu o status de testemunha e foi incluído na lista formal de investigados pelo colegiado da CPI da Covid no Senado Federal.
Quando eu não puder ser [aliado do presidente], eu entrego a liderança do governo. O Brasil não pode perder a oportunidade jamais de que o presidente Bolsonaro continue agindo no país contra os grandes lobbies que sempre sugaram o tesouro nacional", afirmou o político"
Ricardo Barros (PP-PR) no UOL News
Questionado pelo colunista do UOL Tales Faria se Bolsonaro ainda teria chance de vencer às eleições presidenciais, visto que o ex-presidente Lula (PT) está aparecendo à frente dos demais candidatos em pesquisas, Barros declarou não ter dúvidas da reeleição do aliado.
"Daqui a 30 dias, a CPI da Covid está encerrada. Esse blá, blá, blá, sem fundamento nenhum confunde as pessoas. As pessoas ficam pensando: 'será que tem alguma coisa errada no governo do presidente?'. Não tem. O combate à corrupção está no DNA do governo Bolsonaro", afirmou o líder do governo.
Para Barros, com o encerramento da CPI da Covid, os brasileiros vacinados com a 1ª e 2ª dose dos imunizantes contra a covid, e o aumento da economia, Bolsonaro vai vencer às eleições "porque será um novo momento".
"Nós temos certeza que encerra a CPI, que está desgastando o presidente, todos os brasileiros vacinados, retomada e crescimento econômico, todo mundo vai voltar a assistir o seu jogo de futebol, tomar cerveja no boteco, reunir a família, se abraçar, e o presidente vai vencer às eleições porque será um novo momento", começou.
E completou: "Um momento com a economia crescendo, o prestígio do presidente sobe muito. Estamos juntos. Então, o presidente vai ganhar as eleições e vai estar liderando a pesquisa na hora que interessa, que é a hora da eleição".
Suspeitas
O nome de Barros surgiu durante os trabalhos da CPI a partir do depoimento do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). De acordo com as versões de Miranda e do irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, o presidente teria dito a eles, após ser alertado de problemas contratuais no processo de aquisição do imunizante indiano: "Isso é coisa de um fulano".
Na comissão, as testemunhas declararam que "fulano" era uma referência a Barros, possível articulador de esquema que visava atropelar procedimentos burocráticos e acelerar a importação da Covaxin.
O acordo em questão foi assinado em fevereiro deste ano ao custo de R$ 1,6 bilhão, mas nenhum imunizante chegou a ser entregue. Após indícios de irregularidades, o contrato foi suspenso pelo Executivo federal.
Segundo Luís Miranda, houve pressão interna para que as tratativas fossem aceleradas. A conversa com o presidente teria acontecido em 20 de março. O líder governista nega ter cometido qualquer irregularidade e tem se colocado como vítima de uma disputa política.
As negociações envolvendo a vacina Covaxin constituem uma das principais linhas de investigação da CPI da Covid. O negócio com o laboratório indiano Bharat Biotech foi intermediado pela Precisa Medicamentos, cujo dono, Francisco Emerson Maximiano, possui outras empresas que já prestaram serviços para o governo em circunstâncias às quais recaem suspeitas.
É o caso da Global Saúde, que, em 2017, acertou contrato para vender medicamentos ao Ministério da Saúde e jamais entregou os produtos. À época, a pasta era chefiada por Ricardo Barros no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Em 2019, quando cobrava a devolução da verba, o ministério afirmou que a Global havia usado "expedientes procrastinatórios e obscuros" e induzido o governo a acreditar que os medicamentos seriam entregues.
Dos R$ 20 milhões que foram negociados, apenas R$ 2,8 milhões teriam sido ressarcidos aos cofres públicos.
Barros, a Global e servidores da Saúde à época respondem a uma ação de improbidade por causa dos medicamentos não entregues. O MPF (Ministério Público Federal) aponta que houve favorecimento à empresa.
*Com informações de Hanrrikson de Andrade, do UOL, em São Paulo
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