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Bolsonaro rebate Maia sobre ser gay e beija Michelle em evento conservador

Do UOL, em São Paulo

04/09/2021 18h41

O presidente Jair Bolsonaro rebateu hoje o deputado federal Rodrigo Maia (sem partido-RJ), que afirmou ontem acreditar que ele seria homossexual e não teria coragem de assumir. Em evento conservador em Brasília, o presidente comentou a fala.

"O Rodrigo Maia me acusou de ser gay. Se bem que eu não considero nenhum crime ser gay. Agora, vocês repararam [...] depois que ele foi trabalhar com o Doria, ele começou a se interessar pela pauta LGBT. Esse gordinho nunca me enganou", disse.

"Olhem o nível que chega a política. Um cidadão que até há pouco era a terceira pessoa na escala hierárquica. Depois de mim e do vice, era o presidente da Câmara", continuou ele. "Eu poderia até processá-lo por homofobia".

O presidente, então, deixou o microfone e beijou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Ontem, em entrevista ao podcast "Derrete Cast", o ex-presidente da Câmara disse que Bolsonaro "não admira" as mulheres, apenas homens, e justificou a dificuldade do mandatário em "se assumir" devido a sua formação militar, e que essa ainda é uma área "muito atrasada neste aspecto da orientação sexual".

"Eu tenho uma grande dúvida [se o Bolsonaro é gay]. Eu acho que é. Não tem nenhum problema", declarou.

A fala de Bolsonaro aconteceu hoje durante a CPAC 2021, a segunda edição da conferência conservadora importada dos Estados Unidos. Lá, o evento acontece desde os anos 1970. Além do presidente, participaram o ministro Onyx Lorenzoni, os ex-ministros Ernesto Araújo e Ricardo Salles e o filho dele e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.