Ato pró-Bolsonaro reúne 125 mil em SP, 6% do esperado por organizadores
O ato a favor ao presidente Jair Bolsonaro, que desafiou explicitamente hoje o STF, reuniu 125 mil pessoas na avenida Paulista, segundo cálculo da Secretaria da Segurança de São Paulo.
O número está bem abaixo do estimado pelos próprios organizadores da manifestação que, em reunião com a Polícia Militar de São Paulo no último dia 31 de agosto, afirmaram esperar entre 2 milhões e 3 milhões de participantes no protesto — bem acima da capacidade máxima já calculada pelo Datafolha para a Paulista (950 mil pessoas na área de 135,5 mil m² da avenida).
O auge de público estimado pelo governo paulista neste 7 de Setembro no local corresponde a pouco mais de 6% do esperado pelos apoiadores do presidente. Os 125 mil presentes, no entanto, encheram ao longo do dia 11 das 15 quadras da Paulista.
Com cartazes golpistas que pediam o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal), a adoção do voto impresso e a instituição de um tribunal militar, manifestantes assistiram ao discurso no qual Bolsonaro ameaçou a Corte de golpe, incitou desobediência à Justiça e disse que só sai da Presidência morto.
Diversos cartazes estavam em inglês. Segundo manifestantes, é uma estratégia para mostrar ao mundo que o presidente do Brasil tem respaldo popular.
Além dos ataques ao Judiciário, também entraram na pauta dos discursos no caminhão e no chão mensagens contra o governador paulista João Doria (PSDB), ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à imprensa. Desde o início da tarde, manifestantes anunciavam aos gritos a presença de jornalistas e incentivavam hostilidade contra eles.
Na manifestação, a reportagem notou a presença massiva de crianças acompanhada de pais e familiares. Com cornetas, tintas verde e amarela e algumas com camisas do Brasil, elas gritavam "mito" e "Fora Moraes" enquanto o presidente discursava. Outras tiravam fotos, ao lado de outros adultos, com cartazes pedindo intervenção militar.
A minoria dos participantes usava máscara de proteção contra a covid-19. Muitas vestiam camisetas feitas especialmente para a ocasião, algumas delas indicando a cidade de origem. Grande parte menciona cidades do interior de São Paulo e do Paraná, que chegaram à capital paulista sobretudo em ônibus fretado.
Já o ato contra Bolsonaro, realizado nesta terça no Vale do Anhangabaú, atraiu 15 mil pessoas — metade do estimado pelos organizadores dos movimentos sociais —, segundo estimativa do governo paulista.
A maioria usava máscara — um carro de som orientava o uso da proteção —, mas, assim como na Paulista, era impossível manter o distanciamento entre as pessoas.
Militantes do MTST, da CUT e representantes religiosos priorizaram em seus discursos o combate à fome e a defesa pela liberdade. Já lideranças da esquerda criticaram Bolsonaro e seu governo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.