Arthur do Val: 'Não existe mais tolerância aceitável ao bolsonarismo'
O deputado estadual Arthur do Val (Patriota-SP) não acredita que a carta à nação de Jair Bolsonaro (sem partido) esvazie a manifestação marcada para o próximo dia 12, na Avenida Paulista, em São Paulo, pelo impeachment do presidente da República.
Em entrevista ao UOL News, o parlamentar afirmou que o ato, convocado por movimentos de direita como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o Vem Pra Rua, que apoiaram Bolsonaro nas eleições de 2018, tem "pauta única".
"O Bolsonaro estica a corda, finge que recua, mas a gente sabe que ele quer sim dar um golpe de Estado e é por isso que a manifestação do dia 12/9, que começou como sendo 'nem Lula, nem Bolsonaro', hoje tem pauta única: a defesa da democracia."
Segundo o integrante do MBL, a população contrária ao governo Bolsonaro e, também, ao grupo de direita, precisa ir às ruas "brigar pelo direito de discordar."
"Hoje, existe uma divisão muito clara e não há mais muro. Não há mais a pessoa que fica com um pé em cada canoa. Não existe mais nenhum tipo de tolerância ao bolsonarismo que seja aceitável", afirmou.
A manifestação do dia 12 de Setembro deve reunir lideranças partidárias de diversas vertentes, além de ex-apoiadores e ministros de Bolsonaro.
Segundo Do Val, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, os ex-presidenciáveis João Amoêdo e Ciro Gomes, e integrantes do PSOL devem participar do ato. O protesto ocorrerá em resposta aos atos antidemocráticos de 7 de Setembro.
"Temos um governo que cometeu crimes de corrupção antes do seu mandato, durante o mandato — inclusive pedindo propina em vacina —, crimes contra saúde pública durante a pandemia e, agora, crimes contra a democracia. Não se trata mais de divergências políticas, essa manifestação será muito ampla", afirmou o deputado.
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