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Prevent Senior: Renan Calheiros diz que CPI "comprovará política de testes"

Senador Renan Calheiros na CPI da Covid - Jefferson Rudy/Agência Senado
Senador Renan Calheiros na CPI da Covid Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

19/09/2021 13h02

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que a "política de testes com humanos será comprovada". O parlamentar se referia ao caso da Prevent Senior, que teria ocultado mortes de pacientes integrantes de estudo para testar a eficácia de medicamentos do chamado "kit Covid".

Em documento revelado pelo canal Globo News, médicos afirmam que foram obrigados a trabalhar sem o uso de máscaras durante o início da pandemia do novo coronavírus e a receitar remédios comprovadamente ineficazes contra a doença, como hidroxicloroquina e azitromicina.

Para o senador alagoano, o caso é "escabroso" e mostra que os idosos foram utilizados em testes sem o consentimento deles. Ele também afirmou que o caso se assemelha ao vivenciado por Manaus no início da pandemia, quando moradores da cidade morreram por falta de oxigênio hospitalar.

Segundo o senador, ambos os casos estarão comprovados pela CPI em seu relatório final, inclusive com a "participação do presidente da República".

"Isso é algo condenável sob qualquer aspecto, muito mais com a participação do presidente da República. A CPI jamais poderia encerrar os seus trabalhos sem aprofundar as investigações sobre a Prevent Senior", enfatizou.

O relator também disse ao jornal carioca que a CPI "colaborou para a erosão" da imagem de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seria um "representante da moralidade".

"Nunca foi a nossa prioridade. Foi uma consequência óbvia. Hoje o presidente, e as pesquisas comprovam, é tido como uma pessoa na qual a população não acredita, tido como incompetente e corrupto", afirmou.

Com o relatório já adiantado, com mais de 400 páginas escritas, Renan Calheiros deverá indiciar o presidente Bolsonaro por prevaricação. A alegação é de que o representante do Executivo foi omisso ao não levar aos órgãos competentes as denúncias feitas pelos irmãos Miranda sobre o caso da Covaxin.