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Após fala machista, ministro pede desculpa a Tebet e a 'mulheres ofendidas'

Do UOL, em São Paulo

21/09/2021 18h50Atualizada em 21/09/2021 19h35

Ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário foi às redes sociais pedir desculpas à senadora Simone Tebet (MDB-MS) por tê-la xingado de "totalmente descontrolada" na sessão de hoje da CPI da Covid. A fala causou pronta reação dos senadores, que chamaram o ministro de "machista" e "moleque".

"Senadora Simone Tebet: apesar de tê-lo feito pessoalmente, reitero meus pedidos de desculpas caso minhas palavras tenham lhe ofendido. Às vezes, no calor do embate, somos agressivos inconscientemente. Estendo minhas desculpas a todas mulheres que tenham se sentido ofendidas", escreveu Rosário no Twitter.

Pouco antes, a jornalistas, Tebet já havia dito que o ministro lhe pediu desculpas pessoalmente pelo xingamento machista.

"Sim, conversamos ali. Ele entendeu que se exaltou. Demorou para isso [entender]. E vamos dar por encerrado esse capítulo. Eu estou preocupada quem vai pagar essa conta agora, desse desmando do governo federal", afirmou, fazendo referência às suspeitas de irregularidade envolvendo as tratativas para a vacina Covaxin.

Rosário foi convocado para falar sobre a negociação entre o Ministério da Saúde e a Bharat Biotech, intermediada pela Precisa Medicamentos, para compra de doses da Covaxin. Acusado por senadores de omissão, O ministro negou ter cometido crime de prevaricação e voltou a dizer que não foram identificados problemas no contrato em questão.

Bate-boca

Em dado momento, Rosário foi questionado por Tebet sobre a atuação da CGU nas negociações da Precisa com o Ministério da Saúde. A senadora disse parabenizar o "trabalho do órgão, mas não o do ministro" — isso porque, a seu ver, Rosário não deveria ter defendido em coletiva um "contrato irregular que está em processo de investigação pela própria CGU".

Ao falar após a senadora, Rosário "recomendou" que Tebet "lesse tudo de novo", porque as informações dadas pela senadora estariam incorretas. Ela, então, disse que o ministro estava se comportando como um "menino mimado", ao que ele respondeu: "Não me chame de menino mimado, eu não lhe agredi. A senhora está totalmente descontrolada, me atacando."

Leia, a seguir, um trecho da confusão causada após o bate-boca entre Tebet e Rosário:

Otto Alencar (PSD-BA): [Wagner Rosário] Não é um coordenador, isso é um moleque. Um moleque, um moleque, pau mandado [do governo].

Simone Tebet (MDB-MS): Mas é que ele [Rosário] está se comportando como um menino mimado.

Wagner Rosário: Não me chame de menino mimado, eu não lhe agredi. A senhora está totalmente descontrolada, me atacando.

(Tumulto)

Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI: Não, não, não, não...

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI: Espera aí, espera aí. Alto lá! Alto lá, ministro. Chamando uma senadora da República de descontrolada?

(...)

Rogério Carvalho (PT-SE): O senhor está sendo machista. Machista!

Marcos Rogério (DEM-RO): Presidente [Aziz]...

(Tumulto)

Randolfe Rodrigues (Rede-AP): Não seja machista aqui, não!

Jean Paul Prates (PT-RN): Meu amigo, você está pensando que está onde?

Randolfe: Não seja machista aqui, não!

Marcos Rogério (DEM-RO): Presidente [Aziz]...

Otto Alencar (PSD-BA): [Wagner Rosário] É um moleque, rapaz.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.