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CPI vai pedir à PF que garanta segurança de advogada de médicos da Prevent

Advogada Bruna Morato, que representa médicos que denunciaram irregularidades na Prevent Senior, na CPI da Covid - Edilson Rodrigues/Agência Senado
Advogada Bruna Morato, que representa médicos que denunciaram irregularidades na Prevent Senior, na CPI da Covid Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Gilvan Marques e Luciana Amaral

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

28/09/2021 18h33

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), solicitou a apresentação de um requerimento junto à Polícia Federal, para garantir a segurança da advogada Bruno Morato, que faz a defesa de 12 médicos que trabalharam na operadora de saúde Prevent Senior, suspeita de fraudar atestados de óbito e omitir a covid como causa da morte de pacientes.

Durante a sessão da comissão, realizada nesta terça-feira, a advogada relatou várias vezes que tem sofrido ameaças e que teve o prédio onde funciona seu escritório de advocacia invadido. Randolfe pediu ainda que a PF responda o "quando antes" sobre a providência.

A Prevent Senior, que já é alvo de investigações no Ministério Público, na Polícia Civil e na CPI da Covid, é acusada de supostamente pressionar seus médicos conveniados a tratar pacientes com substâncias do "kit covid", como hidroxicloroquina, que não tem eficácia comprovada contra a covid-19.

Ela também é suspeita de ter conduzido um estudo sobre a hidroxicloroquina no tratamento da doença sem avisar pacientes nem seus parentes. Tal estudo teria omitido mortes de pacientes, influenciando o resultado para dar a impressão de que o medicamento seria eficaz.

O procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, criou uma espécie de força-tarefacomposta pelos promotores Everton Zanella, Fernando Pereira, Nelson dos Santos Pereira Júnior e Neudival Mascarenhas Filho— para investigar as denúncias contra a Prevent Senior.

Diante das acusações, a empresa vem argumentando que não havia orientação direta para uso da hidroxicloroquina ou cloroquina porque os médicos são livres para prescrever o medicamento que julgarem mais adequado para cada paciente.

A empresa também nega que tenha adulterado qualquer estudo clínico. Há suspeita de que pacientes que morreram em decorrência da covid tiveram seus atestados de óbito emitidos sem referência à doença causada pelo coronavírus, como a mãe do empresário Luciano Hang, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).