Pontes eleva tom contra corte na ciência, mas mantém fidelidade a Bolsonaro
Opositores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deitaram e rolaram no Twitter, no último dia 10, com um desabafo do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes. Na publicação, que teve mais de 26 mil curtidas, o ministro chamou de "falta de consideração" um corte de R$ 600 milhões sobre recursos da pasta, feito pelo Congresso na semana anterior a pedido do Ministério da Economia.
Reclamações sobre a falta de verba para a pasta são constantes desde que o ministro assumiu o cargo, em janeiro de 2019. Dessa vez, no entanto, ele chegou a declarar que pensou em deixar o governo por ter ficado "muito, muito chateado", mas voltou atrás.
Três dias depois, em audiência na Câmara dos Deputados, a tensão havia esfriado. Pontes não só disse que já havia recebido promessa de ajuda para reverter a situação como afirmou que está firme no cargo e pretende ir até o fim do governo.
"Eu sou um piloto de combate. Eu fui treinado para defender o país, fui treinado para cumprir a missão. Então eu não me apego a cargos, me apego à missão", disse Pontes, que é tenente-coronel da Aeronáutica e foi o primeiro brasileiro a ir ao espaço, um feito que ele incorporou ao seu marketing pessoal.
"Eu recebi essa missão de proteger o sistema e melhorar o sistema. Eu me apego à missão e vou até o final. Eu vou continuar a insistir em defender a ciência no Brasil apesar de todas as situações, por causa da missão que temos com a ciência", disse o ministro, em resposta a deputados que questionaram se ele não deveria sair do governo.
O desfalque, segundo reconheceu o próprio ministro, pode inviabilizar projetos já anunciados, como o Centro Nacional de Vacinas, a ser instalado na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), e a Chamada Universal do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que no início de setembro prometeu um investimento de R$ 250 milhões em pesquisa.
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