Veja gafes e polêmicas da viagem de Bolsonaro à Itália para reunião do G20
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) concluiu ontem uma viagem à Itália, onde esteve nos últimos cinco dias para participar de uma cúpula do G20, grupo de países que representam 80% da economia do planeta. A passagem pelo país europeu, porém, foi marcada por protestos, violência contra jornalistas e o aparente deslocamento do presidente na antessala do evento. Bolsonaro também não acompanhou os demais líderes em uma foto na Fontana di Trevi.
Relembre gafes e polêmicas vividas por Bolsonaro nos últimos dias.
Prefeitura pichada
No dia da chegada de Bolsonaro ao país, ativistas picharam a fachada e jogaram esterco na porta da prefeitura de Anguillara Vêneta, no norte do país. O vilarejo, onde nasceu o bisavô do presidente, concedeu a ele o título de cidadão honorário.
Um vídeo publicado pelo grupo Rise Up 4 Climate Justice do momento da depredação diz que a "figura de Bolsonaro representa perfeitamente o modelo capitalista, predatório, destrutivo e colonialista contra o qual lutamos".
"Sempre apontamos o dedo para os responsáveis pela crise climática e contra todas as grandes potências da terra que promovem um modelo de desenvolvimento que ameaça a vida em nosso planeta. Diante disso, Bolsonaro encarna o principal inimigo do clima, da vida e dos territórios", continuaram.
Protestos
Esse, porém, não foi o único protesto contra a presença de Bolsonaro no país. Em Pádua, onde visitou uma basílica, a polícia usou canhões d'água para dispersar um grupo de 500 manifestantes contrários a ele.
Em Pistoia, onde o presidente esteve para homenagear os soldados brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial, também houve um protesto com cerca de 300 pessoas. A igreja local também aderiu ao protesto.
O bispo de Pistoia, Fausto Tardelli, explicou que não presidiu a cerimônia em protesto à exploração midiática da celebração dos mortos. O ato esteve a cargo do pároco local de San Rocco, Piero Sabatino.
Agressão a jornalistas
No domingo, jornalistas foram hostilizados pela polícia e por seguranças que acompanhavam Bolsonaro em Roma.
Antes mesmo do presidente aparecer do lado de fora da embaixada na capital italiana, uma repórter da Folha de S. Paulo deu um passo na direção de onde o presidente sairia, e um policial a empurrou com força. Poucos minutos depois de Bolsonaro sair do local, a equipe da GloboNews foi agredida por policiais italianos. Um repórter levou um soco de um segurança.
Quando o colunista do UOL Jamil Chade foi filmar a violência contra os jornalistas e tentar identificar o policial italiano que cometeu a agressão, um segurança o empurrou, agarrou o braço para torcê-lo e levou seu celular. Instantes depois, jogou o aparelho num canto da rua. Ele queixa das agressões na polícia.
Isolamento na antessala da cúpula
Em um vídeo gravado na antessala da cúpula do G20, Bolsonaro é visto isolado, enquanto líderes de outros países conversavam sobre vacinas e as mudanças impostas pela pandemia.
De acordo com o colunista Jamil Chade, os líderes entravam no local e encontravam um aliado ou parceiro comercial para dialogar. Quando Bolsonaro chegou, cruzou o salão e foi diretamente para um local onde garçons serviam café. Nesse trajeto, não foi cumprimentado por ninguém, nem parou para apertos de mão.
Ele conversou com Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, por alguns minutos. No diálogo, Bolsonaro disse ter amplo apoio popular e que a economia brasileira está crescendo. Ele também atacou a imprensa e a Petrobras pelos aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis. Na roda, também estava Olaf Scholz, provável novo chanceler da Alemanha. Ele foi ignorado por Bolsonaro e, pouco depois, virou as costas e foi falar com outro grupo.
Hoje, o presidente negou a apoiadores qualquer deslocamento, e disse ter tido uma conversa amigável com a ex-chanceler alemã Angela Merkel durante um jantar.
Ausência em foto
Apesar da negativa de Bolsonaro, ele deixou o jantar oficial antes do evento terminar e ficou de fora de uma das imagens que marcaram o encontro do G20, em que os líderes se reuniram na Fontana di Trevi.
Na foto, estão Angela Merkel, Boris Johnson (Reino Unido), Mario Draghi (Itália), Pedro Sánchez (Espanha), Narendra Modi (Índia), Scott Morrison (Austrália) e outros.
Troca de nomes
O presidente também confundiu o nome de autoridades com quem se encontrou. A jornalistas, ele trocou o nome do enviado especial dos Estados Unidos para questões climáticas, John Kerry, com do ator e humorista Jim Carrey.
Já no Brasil, hoje ele errou o nome e o cargo de Matteo Salvini, senador que foi seu principal apoiador na viagem ao país e até se desculpou pelos protestos contrários a ele. A apoiadores, ele o chamou de "Salvati".
"Também teve lá, pessoal, o Salvati, acho que foi primeiro-ministro da Itália, é senador agora, ele estava lá", narrou o presidente a apoiadores mais cedo. Salvini foi vice-primeiro-ministro entre 2018 e 2019, mas não chegou a exercer o cargo.
*Com AFP e Reuters
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.