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Vereador bolsonarista que foi barrado no Cristo diz ter se vacinado

O vereador Nikolas Ferreira em entrevista a podcast - Reprodução/YouTube
O vereador Nikolas Ferreira em entrevista a podcast Imagem: Reprodução/YouTube

Colaboração para o UOL, em Brasília

04/11/2021 18h44

O vereador Nikolas Ferreira (PRTB), de Belo Horizonte, admitiu em um podcast ter tomado a primeira dose da vacina contra a covid-19. Em setembro, o político alinhado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi barrado de visitar o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, por não estar imunizado contra a doença.

"Não sou contrário, vou ter que fazer uma viagem em janeiro e preciso tomar", falou ao Bora Podcast. "Estou me sentindo imposto, porque preciso ir para uma viagem que é importante, vou rodar a Europa trabalhando. Foi contra a minha vontade", disse.

Para ele, houve uma politização da pandemia. Na entrevista, o vereador jogou dúvidas sobre a eficácia da vacina ao afirmar: "Prometeram 90%, depois 80%, depois 50%. Está igual a bateria do meu iPhone".

Apesar das falas do vereador, a posição de especialistas da área de saúde é incentivar a vacinação contra a covid-19, que é um pacto social para promover o bem-estar. A vacina protege os indivíduos contra uma maior chance de contaminação e reduz significantemente a evolução de quadros graves da doença.

A Pfizer e sua parceira alemã BioNTech disseram que dados de um teste de estágio avançado demonstraram a alta eficácia, de 95,6%, de uma dose de reforço de sua vacina contra covid-19, inclusive contra a variante delta do coronavírus.

Um estudo publicado na revista científica Nature Communications verificou uma grande proteção com a aplicação de duas doses da vacina AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), contra a variante gama do coronavírus em pessoas acima dos 60 anos.

Nos Estados Unidos, o comitê consultivo da FDA (Food and Drug Administration) aprovou o uso emergencial da vacina da Pfizer-BioNTech em crianças entre 5 e 11 anos, reforçando a importância de imunizar também pessoas que não fazem parte dos grupos de alto risco.

Anticorpos de infectados

Uma nota técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desmente uma alegação que vem sendo repetida pelo presidente Bolsonaro para justificar o fato de não ter tomado a vacina contra a covid-19.

Bolsonaro tem dito que não precisa se vacinar contra a covid-19 porque já teve a doença e, por isso, teria mais anticorpos do que quem tomou os imunizantes. No entanto, na nota técnica 33/2021, a Anvisa alertou que "ainda não há embasamento científico que correlacione a presença de anticorpos contra o SARS-Cov-2 [vírus da covid] com a proteção à reinfecção".

O site da Anvisa também diz que "não existe, até o momento, a definição da quantidade mínima de anticorpos neutralizantes — que evitam a entrada e a replicação do vírus nas células — para conferir proteção imunológica contra a infecção, reinfecção, formas graves da doença e novas variantes de Sars-CoV-2 em circulação".