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Pai de Jairinho assume vaga de deputado cassado: 'Na prática, nada muda'

Coronel Jairo (Solidariedade), que assume uma vaga em definitivo na Alerj com a cassação de Vandro Família, do mesmo partido - Alerj
Coronel Jairo (Solidariedade), que assume uma vaga em definitivo na Alerj com a cassação de Vandro Família, do mesmo partido Imagem: Alerj

Herculano Barreto Filho

Do UOL, em São Paulo

25/11/2021 14h21Atualizada em 25/11/2021 15h44

Pai do ex-vereador Jairinho (sem partido), o deputado estadual Coronel Jairo (Solidariedade) assume uma vaga em definitivo na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) com a cassação de Vandro Família, do mesmo partido, por conduta vedada por distribuir cestas básicas nas eleições de 2018. Por 6 votos a 1 em sessão plenária na terça (23), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) manteve a decisão.

No seu quinto mandato, Coronel Jairo assumiu uma vaga de suplente na Casa em junho com a saída de Rodrigo Bacellar (Solidariedade), hoje secretário de Governo a convite do governador do Rio, Cláudio Castro (PL). "Eu já assumi como suplente. Na prática, nada muda", disse em entrevista ao UOL. Procurada, a Alerj ainda não confirmou quem entrará na vaga deixada em aberto com a cassação.

Questionado, o deputado se negou a comentar sobre a situação do filho — Jairinho e Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel, respondem pelo crime de homicídio triplamente qualificado pela morte do menino de quatro anos, em 8 de março.

Contudo, diz a pessoas próximas acreditar na inocência do filho com base em uma investigação paralela contratada pela própria família, que sustenta a tese de acidente doméstico. A versão de "socorro" é descartada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio).

No começo deste mês, o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio) negou por unanimidade o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Jairinho e decidiu mantê-lo preso preventivamente. Na última terça (23), a defesa da mãe do menino morto pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) o relaxamento da prisão dela alegando irregularidade por ela não ter tido audiência de custódia após a prisão temporária ser convertida em preventiva, em maio.

Rafael Santos de Souza e Vandro Família, prefeito e vice-prefeito de Magé (RJ) em 2018, foram condenados pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) a pagar multa de R$ 106,4 mil cada um. Porém, foram absolvidos da acusação de abuso de poder político, que os deixaria inelegíveis por oito anos.

Segundo o TSE, eles infringiram as regras eleitorais ao editarem uma lei que previa a entrega de cestas básicas a servidores comissionados do município que recebessem até R$ 1,5 mil. Em 2018, a dupla distribuiu 217 cestas básicas aos funcionários.

Pai de Jairinho foi preso pela Lava Jato

Ligado ao ex-governador Sérgio Cabral, o Coronel Jairo foi um dos dez deputados presos por um suposto esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos. Em novembro de 2018, a Furna da Onça, que mirou o esquema de corrupção de Cabral, apontou que deputados recebiam mesada do então governador para votarem a favor do governo na Alerj.

Na eleição de 2018, o policial militar da reserva foi o primeiro suplente da coligação entre o Solidariedade, seu partido, e o PTB. Contudo, por estar preso na ocasião, não pôde assumir o mandato quando um dos eleitos —Anderson Alexandre, também do Solidariedade— foi para a prisão. Jairo, que acabou sendo solto em dezembro de 2019 após conseguir um habeas corpus, assumiu como suplente de Rodrigo Bacellar em maio deste ano.

Assessores dele estão entre os citados no relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que identificou movimentações atípicas de servidores da Alerj. Foi a partir desse documento que surgiram os primeiros indícios de rachadinha envolvendo Fabrício Queiroz e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).