Rio: Carlos Bolsonaro marca presença na Câmara, mas aparece em vídeo no DF
Vereador da cidade do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), registrou presença na sessão da Câmara Municipal, mas foi flagrado em Brasília acompanhando a gravação de um vídeo no gabinete de seu pai, em Brasília.
Ricardo Barros publicou o vídeo em seu perfil no Twitter às 16h01 — um minuto depois do horário marcado para o início da sessão na Câmara do Rio. As imagens mostram Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) assinando a nomeação de André Mendonça, também presente, ao Supremo Tribunal Federal. O encontro ocorreu no Gabinete da Presidência. Carlos Bolsonaro aparece ao fundo mexendo no celular, ao lado de um militar.
Apesar de ter registrado presença e feito login na plataforma de vídeo usada pela Câmara do Rio para a participação remota dos vereadores, Carlos Bolsonaro só abriu sua câmera às 18h03, exatos 30 minutos após o UOL procurá-lo pelo telefone de seu gabinete e por email para ouvi-lo sobre o vídeo.
Segundo a reportagem apurou, o vereador não havia aparecido na plenária até então. Participar das plenárias com a câmera sempre fechada é uma prática incomum entre os colegas, mas rotineiramente adotada pelo filho do presidente.
Quatro minutos depois de sua aparição, a sessão plenária foi encerrada. O vereador não respondeu às perguntas enviadas pelo UOL, que tratavam sobre sua participação remota na sessão e sobre o flagrante no vídeo publicado por Ricardo Barros.
O sistema remoto da Câmara do Rio não possui nenhum mecanismo para garantir que apenas os vereadores possam confirmar presença nas sessões ou participar das votações, como reconhecimento facial ou uso de biometria, segundo o UOL apurou. Por isso, é tecnicamente possível que outras pessoas utilizem o aplicativo no lugar dos vereadores. Não é possível saber se foi o próprio vereador ou outra pessoa que fez login na plataforma.
Aparição nos últimos minutos
Carlos não participou de nenhuma das votações do dia, exceto a última — o PLC (Projeto de Lei Complementar) 43/2021. A matéria —que acabou aprovada — era especialmente simbólica porque introduzia na legislação municipal as regras criadas na MP da Liberdade Econômica, uma das principais vitórias do governo Bolsonaro no Congresso.
Apesar de ser um tema caro para o clã Bolsonaro, Carlos não fez nenhuma defesa do projeto durante a sessão. Nem sequer votou em um requerimento que pedia a retirada do PLC de pauta.
A MP da Liberdade Econômica é frequentemente mencionada pelo presidente como um dos legados de seu governo. Ele citou o tema em ao menos oito discursos oficiais desde o início de 2020, segundo levantamento feito na página oficial da Presidência. Entre eles, o pronunciamento em cadeia de rádio e TV de 2 de junho deste ano
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