Kennedy: Bolsonaro fez trégua tática com STF, mas nunca será moderado
Em participação no UOL News, o colunista Kennedy Alencar avaliou que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), fez apenas uma trégua tática nos ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao ministro Alexandre de Moraes. Para o jornalista, a aproximação das eleições de 2022 fará com que Bolsonaro suba cada vez mais o tom contra as instituições democráticas.
Durante evento hoje para simbolizar o Dia Internacional Contra a Corrupção, em Brasília, Bolsonaro voltou a criticar o STF e Moraes ao defender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) — aliado do presidente que ficou preso por sete meses por ameaçar ministros da Corte.
"Esse papo de 'Bolsonaro moderado' são só alguns setores da imprensa que acreditam e ficam perguntando 'quando o presidente vai parar de falar bobagem? Quando será moderado?' Nunca. Porque ele é o Bolsonaro", afirmou Kennedy.
"Portanto, acho que com a aproximação da eleição, o Bolsonaro vai se sentir mais livre para agradar [sua base de apoiadores] e voltar a ser mais duro. Ele fez uma trégua tática porque ele e os filhos estão correndo da Justiça e baixaram um pouco a pressão com o STF", completou.
Alianças para 2022
Kennedy Alencar também falou sobre a movimentação política que começa a desenhar as possíveis alianças para 2022. Apuração da jornalista Mônica Bergamo, da "Folha de S. Paulo", mostra que Geraldo Alckmin (PSDB) pensa em suspender sua filiação ao PSB e ficar sem partido. Dessa forma, seria mais fácil o tucano disputar como vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Alckmin ficar sem partido durante um tempo é mais um sinal de que ele está realmente tentado a ser vice do Lula. Isso reforça a possibilidade dele aceitar ser vice, pois desvincularia as negociações dos palanques estaduais ou, pelo menos, tiraria um pouco da pressão", analisou o jornalista.
O colunista destacou que o PSB deve ser um aliado importante do PT nas próximas eleições. "Lula quer essa aliança, quer apoiar a candidatura do Marcelo Freixo no Rio de Janeiro. Em Pernambuco, há uma conversa para o PSB apoiar o PT."
"Essa possibilidade do Alckmin não entrar no PSB me parece que só reforça o movimento para ele ser vice do Lula. Porque outros partidos ofereceram legenda pro Alckmin: o Solidariedade ofereceu, o PSD de Gilberto Kassab também, mas essa é uma composição mais difícil com o PT", afirmou Kennedy.
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