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Randolfe diz que ação contra folga de Bolsonaro tem 'significado didático'

Do UOL, em São Paulo

31/12/2021 13h30Atualizada em 31/12/2021 13h46

Na avaliação do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a ação que ele mesmo enviou ao TCU (Tribunal de Contas da União) para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) devolva aos cofres públicos o dinheiro do Estado gasto em período de folga tem "significado didático".

"Nenhum governante desde Tomé de Sousa (primeiro governador-geral do Brasil, no período colonial, entre 1549 e 1553) deixou de acudir seu povo enquanto ele estava necessitando", disse o senador ao UOL News - Tarde, programa do Canal UOL.

Ontem, Randolfe entrou com uma representação no TCU para que Bolsonaro tenha que divulgar os custos da viagem que tem feito em Santa Catarina e devolva ao Estado os recursos públicos utilizados durante a folga no Sul.

A pretensão do senador é de que Bolsonaro tenha que destinar o dinheiro público gasto durante a folga para ações no sul da Bahia, região que já registra mais de 20 mortes e quase 100 mil pessoas entre deslocadas e desabrigadas por causa de fortes chuvas.

A devastação na Bahia ocorre no mesmo período em que Bolsonaro está de folga em Santa Catarina, de onde o presidente já disse esperar "não ter que retornar antes". Ministros têm representado presencialmente o presidente no estado.

Em SC, Bolsonaro já andou de moto aquática, visitou o deputado federal Coronel Armando (PSL-SC) — que, um dia depois, foi diagnosticado com covid-19, visitou uma unidade da rede de lojas Havan e participou de um show de carros no Beto Carrero World.

Antes da passagem em Santa Catarina, Bolsonaro já havia estado no litoral de São Paulo — chegou em Santos (SP) em 17 de dezembro —, onde dançou um funk machista enquanto estava em cima de uma lancha.

"Não há precedente de um presidente tirar tanto tempo de descanso. O homem não trabalha. A gente está pegado no serviço e ele está numa lancha dançando funk", criticou Randolfe.

O senador estimou que o dinheiro público gasto na folga renda cerca de 10 mil cestas básicas apoiar esforços na Bahia. "Já vai ajudar", pontuou. "Mas o mais importante é que tenha sentido didático", acrescentou.