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TSE aprova criação do União Brasil, partido mais rico do Congresso

Luciano Bivar (PSL) e ACM Neto (DEM) no ato de fundação do União Brasil, em Brasília - Toninho Barbosa e Leandro Barros/Agência Liderança
Luciano Bivar (PSL) e ACM Neto (DEM) no ato de fundação do União Brasil, em Brasília Imagem: Toninho Barbosa e Leandro Barros/Agência Liderança

Rafael Neves

Do UOL, em Brasília

08/02/2022 19h49

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou hoje, por unanimidade, a criação do União Brasil, fusão entre DEM e PSL. A formação da nova legenda, que terá o número de urna 44, significa o surgimento da maior bancada do Congresso, com 81 deputados e 7 senadores. Boa parte deles, porém, deverá deixar a sigla em março.

A fusão unifica duas legendas que receberam juntas, no ano passado, R$ 147,5 milhões do fundo partidário, mais do que qualquer sigla. Além deste recurso, que é anual, o União Brasil também levará a maior fatia do fundo eleitoral. O dinheiro será distribuído em junho e prevê hoje um total de R$ 4,9 bilhões aos 33 partidos ativos no país.

Nascido de um acordo fechado no final de setembro, o União Brasil é cortejado para apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas parte das lideranças defende uma aproximação com o ex-ministro Sergio Moro (Podemos).

A bancada do União Brasil deverá ser reduzida no início de março, com a abertura da janela para troca de partido dos parlamentares. Capitaneada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), que já confirmou que se filiará ao PL, a ala bolsonarista que estava no PSL deverá deixar a sigla, como fez o presidente no final de 2019.

Chefiado pelo deputado Luciano Bivar (PSL-PE), o PSL tem a maior bancada na Câmara, com 55 deputados, mas o grupo está rachado desde que Bolsonaro rompeu com o grupo, ainda no final de 2019.

A fusão entre as duas legendas deverá, de toda forma, criar uma das maiores forças políticas do Congresso a partir desse ano. Para fazer frente a ela, outras legendas têm articulado a formação das chamadas federações partidárias, criadas por lei no ano passado e que valerão pela primeira vez nas eleições 2022.

Por meio das federações, os partidos aliados somarão forças em outubro, mas terão que permanecer unidos por pelo menos os 4 anos seguintes. Na prática, as legendas unidas funcionarão no Congresso como um só bloco. A articulação mais avançada, que reúne o PT e mais três partidos, pode resultar em uma bancada de cerca de cem parlamentares.