Lula diz que quer Haddad no governo de SP e pede 'compreensão' a PSB e PSOL
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje que Fernando Haddad (PT) tem boas chances de se eleger como o governador de São Paulo. Em entrevista à Rádio Clube Recife, Lula afirmou que espera "compreensão" dos partidos políticos progressistas para apoiar a candidatura do ex-prefeito da capital paulista ao Palácio dos Bandeirantes.
"Eu trabalho com a ideia de que o Haddad vai ser o governador de São Paulo", disse Lula. "O Haddad está muito maduro, muito consciente. Acho que haverá compreensão do PSB e de outros partidos políticos, do companheiro do PSOL, e, em algum momento, vamos poder anunciar [Haddad como candidato ao governo paulista]."
Em São Paulo, o PT articula para que PSOL e PSB apoiem Fernando Haddad como o nome para a disputa eleitoral do estado.
Na semana passada, o pré-candidato ao governo paulista pelo PSOL, Guilherme Boulos, se reuniu com Lula. O tema da conversa, no entanto, foi o apoio do partido à candidatura do petista ao Planalto, de acordo com apuração da Folha. Foi acertado que acontecerá outro encontro para tratar sobre o pleito estadual em São Paulo com os dirigentes de ambos partidos.
Em meio a impasses sobre a disputa para o governo paulista, o ex-governador Márcio França (PSB) já afirmou que considera retirar sua pré-candidatura no pleito estadual a fim de compor uma chapa com Haddad.
"Em julho ou maio, quem estiver na frente é o candidato a governador, e o outro vai compor a chapa do jeito que der", afirmou França, em entrevista à GloboNews. "O PT topou, o Lula topou, a Glesi topou", disse. "O Haddad deve vir a topar também."
Segundo o ex-presidente Lula, o PT tem com Fernando Haddad "muita chance" de, pela primeira vez, conseguir eleger um governador em São Paulo. "Vai ser algo muito importante e uma experiência muito rica para o Brasil e para São Paulo."
Aproximação com o PSB no Nordeste
Em movimento para a construção de uma federação partidária com o PSB, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), abriu mão da pré-candidatura ao governo de Pernambuco.
"Mesmo liderando as pesquisas, companheiro senador Humberto Costa abriu mão de disputar o governo de Pernambuco para unificar as forças populares no Estado e no Brasil, para derrotar Bolsonaro e seus retrocessos. Grandeza política e desprendimento que saudamos hoje em encontro com Lula", afirmou a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), na semana passada.
Lula enalteceu a atitude do senador Humberto Costa, e cobrou do PSB "reciprocidade" para que o PT possa indicar o candidato ao Senado.
"É muito importante a aliança com o PSB porque temos um projeto nacional. Um projeto que envolve o Brasil inteiro e estados importantes como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia — ou seja, é preciso a gente estar junto."
"O gesto do Humberto foi muito grande. Espero que o gesto dele encontre reciprocidade dentro do PSB, e é de direito do PT reivindicar a candidatura ao Senado e indicar o candidato ao Senado. Acho que há disposição do PSB para isso."
Apesar do aceno ao PSB no Nordeste, Lula disse na entrevista de hoje à rádio que o PT ainda está definindo a participação em federação partidária para disputar as eleições. Porém, ele defendeu a ideia para evitar o isolamento do partido.
"O PT tem que entrar na federação porque se todos os partidos entrarem e o PT ficar de fora vai passar a ideia de soberba. Estou mais preocupado com a fotografia do PT em trabalhar com outros partidos de esquerda do que o PT ficar sozinho. Mas o PT não tem uma decisão ainda; acredito que vai tomar na próxima reunião do diretório nacional."
Chapa Lula-Alckmin
Na entrevista à Rádio Clube Recife, o ex-presidente Lula também comentou sobre a possibilidade de ter o ex-tucano Geraldo Alckmin como vice. O ex-governador de São Paulo segue sem partido político desde sua saída do PSDB, anunciada em dezembro.
"Não posso escolher um partido pro Alckmin. A única coisa que estou fazendo é conversar com o Alckmin e ele tem que fazer uma opção partidária. Ele tem um tempo ainda que pode escolher, conversar, eu não sei se o companheiro do PSD [Gilberto Kassab] quer ele. Se quiser, acho que o Alckmin tem uma boa relação com o PSD", disse Lula.
O petista defendeu a aliança com o Alckmin para a representação do que ele chamou de um "projeto de mudança" para o país.
"Já conversei com o Alckmin e acho que nós temos possibilidade de estarmos junto", avaliou. "As pessoas têm que entender que não é só o Alckmin eu quero conversar. Quero conversar com todo mundo, as pessoas que gostam de mim e as que não gostam. As pessoas que votam em mim e as que não votam. Se a gente ganhar as eleições, vamos ter que conversar com todo mundo."
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