Conselho de Ética da Alesp aprova suspensão de deputado que xingou o Papa
O Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) aprovou hoje a suspensão por três meses do mandato do deputado Frederico d'Ávila (PSL). O bolsonarista xingou o Papa Francisco de vagabundo no ano passado.
O relatório da deputada Marina Helou (Rede) foi aprovado por 6 a 4. Agora, a decisão do colegiado será encaminhada à Mesa Diretora da Alesp e, caso não haja nenhuma irregularidade burocrática no documento, depois será levada ao Plenário para votação. Antes disso, o parlamentar segue podendo atuar sem qualquer suspensão na Casa.
Em 14 de outubro de 2021, d'Ávila fez um discurso na tribuna da Alesp no qual atacou a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes. O deputado se referiu a Brandes como "safado", e ao papa como "vagabundo", além de dizer que a CNBB era um "câncer que precisa ser extirpado".
À época, a CNBB divulgou uma carta aberta dirigida ao presidente da Alesp, o deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB). No documento, a CNBB rejeita o que define como "fortemente abomináveis agressões" proferidas da Tribuna da Alesp pelo deputado estadual Frederico D'Avila.
Frederico d'Ávila pediu desculpas por xingar Papa
O deputado, por sua vez, pediu desculpas pelo episódio. d'Ávila diz que os xingamentos foram motivados por "problemas havidos nos dias anteriores", e cita uma suposta tentativa de homicídio que teria sofrido, além de posicionamento de Dom Orlando Brandes contra armamento. Ele também critica Dom Vicente Ferreira, Bispo Auxiliar em Belo Horizonte, por se manifestar contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Não tive a intenção de desrespeitar o Papa Francisco, líder sacrossanto e chefe de Estado, minha fala foi no sentido de divergir sobre ideias e posicionamentos, tão só. Inserir o Papa em minha fala foi um erro, pelo qual humildemente peço desculpas a todos os católicos do Brasil e do mundo, pois não considerei a figura espiritual que ele representa."
O UOL tenta contato com o deputado estadual Frederico d'Ávila para envio de posicionamento sobre a decisão do Conselho de Ética. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
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