MPF pede condenação de Aécio por suposto recebimento de R$ 2 milhões da J&F
O MPF (Ministério Público Federal) reforçou o pedido para que o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) seja condenado e perca o mandato que exerce como punição pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões do então presidente da J&F, Joesley Batista, em 2017. Na época, Aécio era senador.
A propina teria sido recebida em quatro parcelas de dinheiro vivo e levadas em malas de São Paulo até Minas Gerais. Alguns pagamentos suspeitos foram filmados pela PF (Polícia Federal). O caso foi enquadrado pelo MPF como corrupção passiva.
Em nota ao UOL, a defesa de Aécio afirmou que o MPF "ignorou o fato de que os próprios delatores, quando ouvidos em juízo, afastaram qualquer ilicitude envolvendo o empréstimo feito ao deputado".
A defesa, então, "aguarda, com tranquilidade, a apreciação pelo Poder Judiciário", já que os pedidos do MPF fazem parte da última etapa do processo antes de ir a julgamento.
A irmã de Aécio, Andrea Neves da Cunha, também responde pelo crime, já que teria sido ela quem inicialmente solicitou o dinheiro em nome do parlamentar.
Frederico Pacheco de Medeiros, primo do deputado, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do então senador Zezé Perrella, foram denunciados no processo, por suspeita de que haviam retirado e levado as parcelas de dinheiro até Minas Gerais.
O caso até hoje é alvo de comentários de outros políticos. Em 2020, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também do PSDB, afirmou que Aécio deveria ser analisado pela Comissão de Ética do partido.
Relembre o caso
Em 2017, o jornal O Globo revelou trechos de uma delação de Joesley que ainda não havia sido homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O então presidente da J&F entregou um áudio à PGR (Procuradoria-Geral da República) no qual o tucano pediria dinheiro, sob o pretexto de pagar as despesas com sua defesa na Operação Lava Jato.
Na gravação obtida pelo jornal, Aécio teria dito que contrataria o criminalista Alberto Toron para defendê-lo. O nome do advogado já teria sido citado à Joesley anteriormente por Andréa Neves, irmã e braço-direito do então senador.
Precisando de alguém de confiança para integrar o suposto esquema, Aécio teria indicado o próprio primo, Frederico Pacheco de Medeiros, para receber o dinheiro. Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014.
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