Governo concede visto humanitário a ucranianos afetados por guerra
O governo de Jair Bolsonaro (PL) concedeu hoje visto humanitário a ucranianos, afetados pelo conflito armado com a Rússia, até o dia 31 de agosto de 2022. A portaria, assinada pelos ministros das Relações Exteriores, Carlos França, e da Justiça, Anderson Torres, foi publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União).
Esta Portaria dispõe sobre a concessão de visto temporário e de autorização de residência para fins de acolhida humanitária aos nacionais ucranianos e aos apátridas afetados ou deslocados pela situação de conflito armado na Ucrânia. Trecho da portaria assinada pelo governo brasileiro
"O disposto nesta Portaria vigorará até 31 de agosto de 2022 e não afasta a possibilidade de outras medidas que possam ser adotadas pelo Estado brasileiro para a proteção dos nacionais ucranianos e apátridas residentes na Ucrânia", acrescenta.
Na última segunda-feira (28), Bolsonaro já havia dito que permitiria a entrada de ucranianos no Brasil através de vistos humanitários.
"Conversei agora com o [ministro das Relações Exteriores] Carlos França. Nós vamos abrir a possibilidade de ucranianos virem ao Brasil através de visto humanitário, que é mais fácil de vir pra cá", disse ele, durante entrevista ao programa "Pingos nos Is", da Jovem Pan News.
O Brasil já adotou medidas semelhantes em outros casos, como no de imigrantes haitianos e de refugiados sírios e, mais recentemente, de afegãos.
Apesar desse gesto de acolhimento dos ucranianos, o presidente tem defendido uma posição de neutralidade do Brasil no conflito entre Rússia e Ucrânia, alegando, de maneira geral, questões econômicas - como a dependência do país em relação a fertilizantes de origem russa.
O Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, estima que a guerra já ocasionou a fuga de 1 milhão de pessoas da Ucrânia. A maioria dos refugiados deixa a Ucrânia em direção à Polônia. Hungria e Eslováquia. A própria Rússia está recendo pessoas vindo do país vizinho.
Na terça (1º), a ONU calculava o número de refugiados vindos da Ucrânia em 677 mil — ou seja: houve uma alta de 160 mil pessoas em apenas um dia.
*Com informações da agência Reuters
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