Rodrigo Pacheco anuncia que não será candidato à Presidência da República
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou hoje que não irá se candidatar à Presidência da República. O anúncio foi feito por Pacheco em um pronunciamento na tribuna do Senado.
Os meus compromissos como presidente do Senado e com o país são urgentes, inadiáveis e não permitem qualquer espaço para vaidades. Por isso, afirmo que é impossível conciliar essa difícil missão com uma campanha presidencial. Rodrigo Pacheco
Pacheco foi apresentado como postulante à chefia do Executivo federal em outubro de 2021, logo após se filiar ao PSD. Quatro meses depois, em baixa nas pesquisas (as intenções de voto não chegavam a 1%), o parlamentar por Minas já indicava a predisposição em desistir da corrida pelo Palácio do Planalto, segundo aliados ouvidos pelo UOL. Havia o entendimento de que Pacheco estaria pouco se esforçando para dar luz à pré-candidatura.
Nos bastidores, o presidente da legenda, Gilberto Kassab, tem insistido na ideia de lançar uma candidatura própria do PSD à Presidência e se movimentado para atrair políticos que, em tese, teriam mais visibilidade do que o senador: casos de Eduardo Leite (governador do Rio Grande do Sul pelo PSDB) e Paulo Hartung (ex-governador do Espírito Santo). (Assista ao vídeo abaixo)
Fontes ouvidas pela reportagem do UOL, no entanto, disseram que Kassab também não fechou as portas para uma possível aliança com o PT, de Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente tem cortejado a sigla para formar uma ampla aliança de centro-esquerda ainda no primeiro turno da campanha deste ano.
Paralelamente à pre-candidatura, Pacheco já havia manifestado a aliados (ainda no início de fevereiro) o interesse de renovar o mandato bienal à frente da Presidência do Senado —o próximo pleito ocorrerá em fevereiro de 2023.
Leia trecho do discurso de Pacheco abaixo:
O Brasil passa por uma das maiores crises de sua história: a pandemia do coronavírus, que nos aflige há mais de dois anos, tem impactos severos na saúde, na economia, na educação e na vida das pessoas.
O país convive tristemente com desemprego, fome, e retrocessos em todas as áreas. Esse quadro tão delicado, foi agravado agora pela invasão da Ucrânia pela Rússia [...]
Nesse cenário, eu, senador Rodrigo Pacheco, de Minas Gerais, que há pouco mais de um ano por força e vontade dos meus colegas, me tornei presidente dessa Casa.
Nesse cenário tenho que dedicar toda a minha energia a conduzir o Senado nesse ano fundamental para a tão desejada reconstrução do nosso país.
O cargo que me foi confiado por Vossas Excelências, meus pares, está acima de qualquer interesse pessoal, ou de qualquer ambição eleitoral.
Os meus compromissos como presidente do Senado e com o país são urgentes, inadiáveis e não permitem qualquer espaço para vaidades. Por isso, afirmo que é impossível conciliar essa difícil missão com uma campanha presidencial.
Vou lutar, dentro e fora do Senado, para que as eleições gerais deste ano tenham como resultado o fortalecimento institucional e democrático do país. E que se faça valer a soberania popular através do voto. O voto livre, secreto, que é a manifestação mais pura da democracia.
Qualquer tentativa de retrocesso democrático deverá ser rechaçada com veemência.
Tenho certeza que o PSD saberá qual o melhor caminho a seguir. Sustentado na defesa das instituições, da democracia, das liberdades, e na urgente promoção na recuperação do Brasil. Minha gratidão ao presidente Gilberto Kassab e meus colegas senadores.
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