Manuela d'Ávila lista agressões que já sofreu para criticar Arthur do Val

A ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB) fez uma publicação nas redes sociais em que elenca agressões sofridas por ela ao longo dos últimos anos para rebater fala do deputado estadual por São Paulo Arthur do Val (sem partido), que diz estar com medo de sair na rua.

Segundo o relato da candidata a vice-presidente em 2018, essas agressões teriam sido motivadas pelo MBL (Movimento Brasil Livre), grupo do qual do Val, conhecido como "Mamãe Falei", é integrante.

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"Há oito anos eu sinto medo por mim e pelos meus. Mas eu ando nas ruas de cabeça erguida porque sei quem sou e o que defendo e sei quem são os mentirosos que me atacam. Já esse deputado com a foto ao lado tem medo de sair na rua porque descobriram exatamente quem ele é."

Em um áudio enviado a seguidores, obtido pelo jornal O Globo, Arthur do Val diz ter medo de sair na rua após a repercussão negativa sobre uma série de outros áudios vazados em que ele faz afirmações misóginas e sexistas sobre mulheres ucranianas.

No texto, Manuela conta que uma das mentiras criadas pelo MBL, que motivaram as agressões, teria sido uma fake news sobre a ex-deputada comunista ter viajado aos Estados Unidos para fazer um enxoval. "Eles usaram a foto de meu enteado ainda criança. Ele também passou a ser atacado nas redes sociais."

A comunista diz que ainda que foi agredida enquanto enquanto tomava um café com o marido por uma notícia falsa compartilhada no Twitter, sofreu uma "ação orquestrada" durante a gravidez e conta que a filha Laura, então com 45 dias de vida, foi agredida fisicamente por causa da fake news envolvendo o enxoval. Todas acusações são atribuídas ao MBL.

Manuela ainda cita uma mentira compartilhada nas redes que a relacionava a Adélio Bispo, autor do atentado contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018. O texto afirmava que a ex-deputada ligou 18 vezes para Adélio.

O UOL tenta contato com a coordenação do MBL. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

Arhur do Val diz que ucranianas "são fáceis, porque são pobres"

Em uma série de áudios gravados e enviados a um grupo de amigos no Whatsapp, o deputado estadual Arthur do Val, que afirmou estar fazendo coquetéis molotov na guerra da Ucrânia, descreve suas impressões sobre as mulheres do país e, em um dos trechos, afirma que elas "são fáceis, porque são pobres".

"Eu estou mal, eu passei agora por quatro barreiras alfandegárias, são duas casinhas em cada país. Eu juro para vocês, eu contei, foram 12 policiais deusas, que você casa e faz tudo o que ela quiser (...)", afirma o deputado nos áudios, que foram revelados pelo site Metrópoles, e aos quais o UOL também teve acesso. A reportagem confirmou a autoria das gravações com pessoas próximas ao deputado.

Em seguida, o parlamentar, conhecido como Mamãe Falei, afirma: "Detalhe, hein. Elas olham e, vou te dizer, elas são fáceis, porque são pobres. E aqui, a minha conta do Instagram, cheio de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, porque a gente não tinha tempo, mas colei em dois grupos de 'minas' e é inacreditável a facilidade. Essas 'minas' em São Paulo, você dá bom dia e ela [sic] ia cuspir na sua cara e aqui elas são supersimpáticas e supergente boa, é inacreditável", prossegue o deputado. Segundo ele, nas "cidades mais pobres, elas são as melhores".

Podemos acata desfiliação de Arthur do Val

O Podemos anunciou, na terça-feira (8), que acatou a desfiliação do deputado estadual Arthur do Val, alvo de processo de expulsão da legenda após o vazamento de áudios sexistas sobre as mulheres na Ucrânia.

"No Dia da Mulher, o Podemos recebe e acata desfiliação do deputado Arthur do Val. [...] Ele estava filiado ao partido há cerca de 30 dias", diz a nota da sigla.

O Podemos havia anunciado, na segunda-feira (7), a abertura de procedimento disciplinar para expulsar Arthur, que também é alvo de pedidos de cassação de mandato na Assembleia de São Paulo.

Arthur do Val também desistiu de disputar o governo de São Paulo.