Ex-deputado com tatuagem de Temer é condenado por difamação de jornalista

O ex-deputado Wladimir Costa, que ficou mais conhecido ao fazer uma tatuagem do ex-presidente Michel Temer (MDB), foi condenado por injúria e difamação contra a jornalista Basilia Rodrigues. A decisão da 2ª Vara Criminal de Brasília prevê 1 ano e 6 meses de reclusão e pagamento de indenização de R$ 10 mil para Basilia.

O processo ainda cabe recurso por parte de Costa e é referente a uma ocasião de 2017, quando a jornalista alegou ter se sentindo constrangida pelo ex-deputado. Basilia pediu, durante a produção de uma reportagem, que o então político levantasse a manga da camisa para mostrar a tatuagem homenageando Temer. Ele respondeu: "Para você, só se for de corpo inteiro".

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Ao relatar o episódio nas redes sociais, a jornalista passou a ser atacada on-line, inclusive por Costa, que falou do fato de Basilia ser negra e ter cabelo cacheado como os únicos atributos de beleza dela, que "foge totalmente dos padrões estéticos que despertaria algum tipo de desejo em alguém".

O ex-deputado ainda falou que "assediá-la sexualmente ninguém irá acreditar, pois basta ver as fotos da mesma".

O juiz André Ferreira de Brito não acatou os argumentos de defesa de Costa, reconhecendo "a sexualização no trato" com Basilia, "profissional mulher, e o evidentemente constrangimento a que foi submetida a Querelante".

O magistrado afirmou que o ex-deputado "sempre adotará o tom de sexualização e menosprezo em relação à ré". A pena de prisão poderá ser substituída por multa e prestação de serviços comunitários.

Em 2017, o ex-deputado dizia que a tatuagem era permanente, mas depois voltou atrás e falou que "sumiu, não existe mais". Ele chegou a afirmar que havia pago R$ 1,2 mil pela tatuagem.