A decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de conceder o instituto da graça ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), após o político carioca ter sido condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a oito anos e nove meses de prisão, pode agradar a base bolsonarista raiz, mas afasta os eleitores moderados, segundo opinou o colunista do UOL Alberto Bombig,
Durante participação no UOL News, Bombig avaliou que Bolsonaro tem momentos em que opta pela radicalização e outros pela moderação. Ao confrontar o STF e perdoar Silveira, ele optou pela primeira opção como forma de agradar seu eleitorado mais fiel, mas sai "prejudicado" entre aqueles que ainda estão na dúvida entre o atual chefe do Executivo Federal e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Esse movimento pendular do Bolsonaro em busca do voto de centro, ele sai prejudicado, porque é uma radicalização, você afrontar um poder, a repercussão não é amplamente favorável ao Bolsonaro. A decisão a favor de Silveira pode ter sido bem-vinda nesses núcleos, militar, evangélico e ideológico, mas na sociedade que ainda esteja buscando uma opção entre Lula e Bolsonaro, pode ter uma repercussão negativa para o presidente", declarou.
Também no UOL News, o jurista Wálter Maierovich classificou como inconstitucional a decisão tomada por Jair Bolsonaro, e apontou que o instituto da graça editado pelo Planalto possui erros jurídicos que levam à nulidade da ação. Ainda, o magistrado ponderou que o presidente feriu o preceito constitucional da impessoalidade, cometeu crime de responsabilidade e pode sofrer processo de impeachment.
Daniel Silveira foi condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo STF pelos crimes de coação no curso do processo e por incitar a tentativa de impedir o livre exercício nos Poderes. A decisão se deu na quarta-feira (20) por 10 votos favoráveis à condenação e apenas um voto contrário.
Ontem, o presidente editou decreto para perdoar o deputado bolsonarista, mas a oposição fez uma ofensiva jurídica para derrubar a decisão: A Rede, o PDT,o Cidadania e uma reclamação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) foram impetradas no Supremo. A ministra Rosa Weber foi sorteada relatora dos processos.
De acordo com a colunista do UOL Thaís Oyama, o movimento feito por Jair Bolsonaro de perdoar Silveira na solidão de seu núcleo familiar, sem consulta sequer o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, principal conselheiro político do ex-capitão.
- Assista ao UOL News e veja a análise completa de Alberto Bombig sobre o perdão concedido por Bolsonaro a Daniel Silveira:
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