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Coordenador do MBL pede cassação de Olim: 'Mais grave do que Arthur do Val'

13.nov.2019 - Delegado Olim durante manifestação no plenário da Alesp - Divulgação/Alesp
13.nov.2019 - Delegado Olim durante manifestação no plenário da Alesp Imagem: Divulgação/Alesp

Juliana Arreguy

Do UOL, em São Paulo

25/04/2022 21h09

Ex-assessor de Arthur do Val (União Brasil-SP), Renato Battista (União Brasil) protocolou hoje (25) um pedido de cassação do deputado estadual Delegado Olim (PP-SP) por declarações sobre Isa Penna (PCdoB-SP).

O pedido foi enviado ao presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Carlão Pignatari (PSDB). Também hoje, Isa Penna pediu a cassação de Olim ao Conselho de Ética da Casa, do qual o deputado é membro, e ingressou com uma notícia-crime no Ministério Público.

Procurado pelo UOL, o deputado não se manifestou.

Relator do processo de Do Val

Olim disse na noite de quarta-feira (20), em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, que Penna teve "sorte" de sofrer assédio sexual por parte de Fernando Cury (União Brasil), que a apalpou no plenário da Alesp em dezembro de 2020: "Isa Penna, que sorte a dela. Ela vai se eleger por causa disso [assédio de Cury]. Sim, ela só fala nisso."

O deputado foi relator do processo de cassação de Arthur do Val por áudios sexistas vazados enquanto estava na Ucrânia e também participou do julgamento de Fernando Cury pelo assédio a Penna.

Battista, que é um dos coordenadores do MBL (Movimento Brasil Livre) e pré-candidato a deputado estadual pelo União Brasil em São Paulo, disse que a fala de Olim foi pior do que a de Mamãe Falei; enquanto estava na Ucrânia acompanhando a guerra contra a Rússia, Arthur do Val disse que as ucranianas "são fáceis porque são pobres".

A conduta do Representado é infinitamente mais grave do que a do ex-deputado Arthur do Val."
Renato Battista em pedido enviado à Alesp

"O Representado se mostrou completamente alienado da realidade. De forma vil, debochou de uma parlamentar que notadamente sofreu assédio dentro do Plenário por outro parlamentar embriagado. Mas não foi só, ainda se atreveu a afirmar aos risos que ela havia tido 'sorte', pois sua reeleição estaria garantida", diz trecho do documento.

No dia em que a cassação de Mamãe Falei foi votada pelo Conselho de Ética, Battista foi acusado de desferir um soco no ex-assessor do deputado estadual Gil Diniz (PL).

Diferentemente de Do Val, o processo da perda do mandato de Cury não foi adiante. O deputado recebeu como punição um afastamento de seis meses. Na quarta (20), Mamãe Falei protocolou sua renúncia na Alesp. No entanto, o processo de cassação contra ele continuará correndo na Casa.