'Soberba', diz vice após Paes excluí-lo de grupo da prefeitura no WhatsApp
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), excluiu o seu vice, Nilton Caldeira (PL), do grupo da prefeitura no WhatsApp. Em nota ao UOL, Nilton se disse "surpreso" com a atitude do colega, mas alfinetou que "falta de educação e soberba não combinam" com sua postura: "Se ele é assim, realmente não podemos mais sentar à mesma mesa".
A informação foi veiculada inicialmente pelo colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles. Ao jornal O Globo, Paes pediu desculpas ao vice pela "indelicadeza".
Segundo o colunista, a exclusão do vice teria ocorrido na noite da última sexta-feira (22), no primeiro dia dos desfiles do Grupo Especial do Carnaval no Rio de Janeiro. O grupo conta com os contatos de secretários da prefeitura, presidentes de diversas empresas ligadas a Paes e ex-secretários.
A vida pública é feita de altos e baixos, mas entendo que a personalidade de alguns se mostra de verdade, quando está com a caneta na mão. Falta de educação e soberba não combinam comigo, e se ele é assim, realmente não podemos mais sentar à mesma mesa. Nilton Caldeira (PL), vice-prefeito do Rio, em nota obtida pelo UOL
Caldeira negou qualquer atrito com o prefeito e declarou que o colega de gabinete "menospreza" o fato de que eles tenham sido "eleitos juntos". No entanto, o colunista do Metrópoles apontou que o PL, sigla do vice de Paes, considera que o problema na relação de ambos teve início quando Caldeira não aceitou deixar a prefeitura para assumir uma possível indicação ao Tribunal de Contas do Município.
Se isso ocorresse, além de Paes sair do cargo para disputar o governo do RJ, a prefeitura seria comandada pelo presidente da Câmara de Vereadores. O atual prefeito, porém, nega esses desejos. Em janeiro de 2021, Paes exonerou o então secretário municipal de Habitação, Fábio Dalmasso Coutinho, e nomeou Caldeira para substituí-lo.
"Com surpresa, vi que o prefeito Eduardo Paes me excluiu do principal grupo de WhatsApp da prefeitura. O motivo? Da minha parte, não vejo nada que eu possa ter feito ao cidadão carioca ou a ele. Fato que ele menospreza é que fomos eleitos juntos, prefeito e vice-prefeito", afirmou.
"Estou aqui para melhorar a cidade do Rio e a vida do cidadão que vive nesta cidade. Não existe esta história, de atrito, da minha parte, até esta atitude desrespeitosa comigo. Estou nesta cidade há 65 anos com uma vida limpa e pautada na credibilidade. Prova disto foi que ele mesmo me escolheu para ser vice-prefeito em sua chapa."
Caldeira cita 'desrespeito' com o PL
Ainda em nota oficial, Caldeira citou que a sua remoção do grupo da prefeitura no aplicativo de mensagens pelo prefeito foi uma ação desrespeitosa também com o PL, partido do qual ele é presidente municipal e secretário-geral. A sigla é liderada pelo ex-deputado federal Valdemar Costa Neto e foi escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para se filiar no ano passado. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, também é filiado à sigla.
"Essa atitude desrespeitosa não foi só comigo, mas [também] com o PL. Sou um dos fundadores e atual presidente municipal da sigla, as atitudes que não considero corretas do Eduardo comigo, na verdade, não vêm de agora", comentou Caldeira, sem dar mais detalhes das supostas ações do colega contra ele.
Por fim, o vice-prefeito ainda desabafou que ele e o partido sempre estarão "ao lado da nossa cidade".
"Engraçado que no período eleitoral, e quando ele precisava do PL, o discurso dele era para 'juntos construirmos o Rio'. (...) O Rio é a minha cidade, a minha paixão e o PL e eu, estaremos sempre ao lado da nossa cidade."
Paes pede desculpas por 'indelicadeza'
Ao jornal O Globo, Paes elogiou o colega e pediu desculpas pelo ato que classificou como "indelicadeza".
"O vice-prefeito é uma figura elegante e querida. Fui deselegante ao tirá-lo do grupo de WhatsApp. Já me desculpei pela indelicadeza", comentou Eduardo Paes.
Questionado pelo UOL, a prefeitura do Rio disse que "não foi encaminhada nenhuma nota oficial" à imprensa com uma declaração de Paes, como apontado pelo jornal, e informou que esta reportagem poderia utilizar a informação divulgada pelo O Globo como posicionamento do político.
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