Weintraub critica 'pacto' de Bolsonaro com Moraes: 'Gastou seu dinheiro'
O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub comentou a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), teria descumprido pontos de um suposto acordo costurado pelo ex-presidente Michel Temer, após atos realizados no 7 de setembro do ano passado. Weintraub disse que o "sacrifício" dos apoiadores que foram às manifestações foi trocado por um "pacto".
"Você atendeu a "convocação" do Presidente e foi para a rua. Gastou seu tempo e dinheiro. Alguns foram presos e ameaçados. Eu alertei para tomarem cuidado! Para não confiarem! A VERDADE APARECEU! Seu sacrifício foi trocado por um pacto!", escreveu o ex-ministro em uma publicação no Twitter.
Em outra publicação feita mais cedo, Weintraub também comparou o suposto acordo citado por Bolsonaro a um "pacto satânico", que teria sido "intermediado pelo Conde Drácula", fazendo referência a Temer. O ex-ministro ainda questionou quais seriam os termos desse acordo.
"Envolve proteção de algum filho milionário? Teve detalhes do Porto de Santos? Negociou a entrega da cabeça de quantos apoiadores?", tuitou o ex-aliado do presidente.
Carta redigida por Temer
Após a realização das manifestações de 7 de setembro, no ano passado, o Planalto divulgou uma carta redigida por Temer em um esforço de pacificação.
No texto que veio a público dois dias depois do feriado, Bolsonaro recuava de falas golpistas e declarava respeito às instituições brasileiras, justificando-se. Segundo ele, palavras agressivas "decorriam do calor do momento".
Antes da publicação da nota, Bolsonaro havia conversado por telefone com Moraes — a ligação também foi mediada pelo antecessor.
Ontem, em entrevista ao SBT, Bolsonaro afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, teria descumprido um suposto acordo e que Moraes teria desrespeitado "certas coisas" combinadas a fim de que a carta fosse assinada e divulgada. Temer contradisse a versão de Bolsonaro em entrevista à Veja dizendo que "não houve acordão" e que "não ouviu nada de não republicano na conversa". Prcourado ontem pelo UOL para comentar o assunto, o ministro Alexandre de Moraes disse que não iria se manifestar.
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