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'Ninguém sabe ainda', diz Bolsonaro sobre investigação de petista morto

Jair Bolsonaro - Adriano Machado/Reuters
Jair Bolsonaro Imagem: Adriano Machado/Reuters
Hanrrikson de Andrade e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

11/07/2022 11h34Atualizada em 11/07/2022 12h01

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje que considera não ter qualquer relação com a morte do guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda, ontem, em Foz do Iguaçu (PR) —o crime ocorreu por motivação política. Indagado sobre as investigações, o governante e pré-candidato à reeleição declarou que "ninguém sabe ainda" e afirmou que "chegaram vídeos para a gente antes do crime em si".

Ninguém sabe ainda. Ontem fiquei sabendo que, por volta de 16 horas, o delegado daria uma coletiva. Não deu. Chegaram vídeos para a gente antes do crime em si, né
Jair Bolsonaro

Arruda foi assassinado a tiros pelo agente penal e entusiasta do bolsonarismo Jorge José da Rocha Guaranho. O apoiador do presidente invadiu a festa de aniversário do petista e efetuou os disparos. A vítima, que também estava armada, conseguiu reagir e alvejar o agressor. Ele sobreviveu e está hospitalizado em estado grave.

Bolsonaro relatou que a denúncia registrada na Polícia Civil paranaense indica que o agressor chegou ao local do crime gritando "sou Bolsonaro". Porém, na visão dele, o fato teria sido superdimensionado pela imprensa. "Quando o Adelio me esfaqueou, ninguém falou que ele era filiado ao PSOL."

"O cara [em referência a Arruda] faz um boletim de ocorrência, diz ele que [o agressor] chega lá gritando 'sou Bolsonaro'... Eu não vi... E eles grafaram na Folha de S.Paulo: 'bolsonarista mata'. Quando o Adélio me esfaqueou, ninguém falou que ele era filiado ao PSOL", disse o chefe do Executivo federal.

Essa foi a segunda menção hoje ao episódio do atentado a faca sofrido pelo político em setembro de 2018, durante a corrida eleitoral daquele ano. Na ocasião, o então candidato à Presidência foi atacado por Adélio Bispo durante agenda de campanha na cidade de Juiz de Fora (MG).

Apesar das desconfianças do presidente, apuração da Polícia Federal concluiu que Adélio não tinha vínculo com o PSOL na ocasião da autoria do crime e agiu sozinho, sem motivação política. Ele foi filiado ao partido entre 2007 e 2014.

"Agora, o que eu tenho a ver com esse episódio em Foz do Iguaçu? Nada. Você desconta qualquer ato de violência. Eu já sofri disso na pele", comentou o chefe do Executivo federal e pré-candidato à reeleição.

Bolsonaro disse ainda considerar que seus adversários tentam "criminalizá-lo o tempo todo". Na visão dele, "o histórico de violência não é do seu lado", "e sim do lado de lá" (em referência aos partidos de esquerda).

Questionado se declarações suas como a existência de uma "guerra entre o bem e o mal" nas eleições estimularia atos de violência, Bolsonaro respondeu que, "o tempo todo", adversários tentam "bater na mesma tecla, como se ele fosse o responsável pelo ódio no Brasil".

"Não existe? Você acha que não existe uma guerra do bem contra o mal? Só tem um santo? Só tem um santo assim? Olha o que o outro lado quer e olha o que o lado de cá defende."

"Só falta daqui a pouco vir me culpar também por briga de torcida dado o time que eu torço."

Bolsonaro declarou ainda que não apoia atos de violência por parte de seus apoiadores. "Não estou do lado de ninguém que, pela violência, faz política."