Topo

Esse conteúdo é antigo

3ª via é peça de ficção e discurso nem Lula nem Bolsonaro é erro, diz Maia

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (PSDB) -
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (PSDB)

Do UOL, em São Paulo

31/07/2022 08h29Atualizada em 31/07/2022 09h16

Ex-presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Rodrigo Maia (PSDB-RJ) disse que a terceira via é "uma peça de ficção mal colocada" e que o discurso "nem Lula nem Bolsonaro" é um equívoco. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Globo.

Maia apoia a candidatura de Simone Tebet (MDB), que tem 2% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha de 27 de julho. "Há uma dificuldade de entendimento de como deveria ser construída uma alternativa. As pesquisas mostram que é quase impossível tirar o Lula do segundo turno e que a vaga a ser conquistada é a que está com Bolsonaro."

A terceira via tornou-se uma peça de ficção mal colocada em que todos se prendem equivocadamente a esse discurso de 'nem Lula nem Bolsonaro'
Rodrigo Maia em entrevista ao jornal O Globo

Segundo Maia, para crescer, a terceira via deve conseguir votos de Lula. O ex-presidente da Câmara é filho de Cesar Maia (PSDB), vice na chapa de Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Rio de Janeiro, que apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Dos mais de 45% das intenções de voto do Lula, ele tem 30% que não deixarão de votar nele. De resto, há um eleitor histórico do PSDB que está com o PT agora apenas como antítese ao Bolsonaro".

Maia também cutucou o presidenciável Ciro Gomes (PDT). "Como se converte este voto? Certamente não é ofendendo o Lula, como o Ciro Gomes tem feito. Ele escolheu esse caminho, e isso não vai levar a lugar nenhum."

Maia também diz que o novo auxílio de R$ 600 dado pelo governo federal não deve impulsionar Bolsonaro nas pesquisas. "A inflação do Bolsonaro atinge os mais pobres. É o supermercado. Bolsonaro se orgulha da redução do preço da gasolina, mas o leite está mais caro. Não acho a redução do combustível determinante na votação, já que não tira os mais pobres dessa condição. Esse eleitor mais pobre segue com dificuldades, mesmo com o novo auxílio."

Ele também foi questionado sobre uma eventual recusa de Bolsonaro de aceitar o resultado das urnas.

Não me parece que a coragem de Bolsonaro seja tão grande. Embora os discursos dele na convenção do PL e na reunião com embaixadores mostrem que o 7 de Setembro pode ser um risco, não acredito que haverá espaço para esticar a corda com falas que indicam desrespeito às urnas."